segunda-feira, abril 25, 2005


L'Amitié

Certa vez li um poema de Dylan, que adoro, onde associava-se pássaro à loucura. Ouvindo essa música, e depois sua tradução, prefiro esta versão - a de que pássaros migradores são extremamente fiéis. Essa música é linda, completa a minha alma e representa o que são Amigos para mim.

Muitos de meus amigos...
vieram das nuvens...
com o sol e a chuva como Bagagem.
Fizeram a estação da amizade sincera...
a mais bela das 4 estaçòes da terra.
Tem a doçura das mais belas paisagens.

E a fidelidade dos pássaros migradores.
Em seu coração está gravada uma ternura infinita.
mas às vezes uma tristeza aparece em seus olhos.
Então vêm se aquecer comigo.
E você também virá.
Poderá retornar às nuvens, e sorrir de novo a outros rostos.
Distribuir à sua volta um pouco da sua ternura.
Quando alguém quiser esconder sua tristeza,
como não sabemos o que a vida nos dá,
talvez eu não seja mais ninguém...

Se me resta um amigo
que realmente me compreenda
Me esquecerei das lágrimas
e penas
Então talvez eu vá
até você aquecer
meu coração com sua chama.

Promessa de Anel.

Não posso cometer a imprudência de parar um instante a mais do que prometi, pois certamente um pé afundaria, e ficaria comprometido o que resolvi. Só não aceito mais o que não é meu. Mesmo que me recolha um pouco ferida, já fui agressiva, e hoje sou Amor. Eu só prometo aquilo que posso cumprir. Do destino não se foge, dos meus sonhos com você não consigo esquecer.

Apanágio... não plágio!

Das coisas que mais gosto de fazer, dormir certamente figuraria entre as primeiras. Sou mesmo preguiçosa, uma gata manhosa, embora, às vezes, irascível. Ando dando de dedo em riste em cima de alguns defeitinhos de fabricação, mas confesso: perfeição me dá fobia! Não curto andar de sapato dentro de casa. Podia dizer, pra incrementar a narrativa, que isso é um costume de tradição chinesa, porém mais fáci assumir meu gosto. Adoro um friozinho, e paz do sossego de algum tempo só meu, é ponto de equilíbrio. Já fui baladeira de plantão; hoje é mais fácil eu sair em um dia de chuva, do que em dia de sol. Pode ser que eu esteja numa fase de pré-libélula, dormitando em um casulo, mas não vejo retrocesso para o agito social. Já beijei a boca de quem não devia, também roubei beijo de quem não podia. E com o roubo, quase surrupiaram meu coração. "Cuidado com aquilo que desejas, pode ser um pesadelo", posso ouvir minha avó recitando sem parar! Sei guardar segredo, não sou pontual em quase nada, sem relógio, não suporto cigarro, e já pedi perdão - embora seja coisa que não curta (Quem gosta de errar?). Palavras não representam nada em meu mundo, sem atos conjuntos. Sou perfeccionista, muito exigente em determinados assuntos, e isso já me deixou maluca... Nessa fase de relevância e tolerância total, abri até mão deste blog ser "como eu gostaria", de ter "textos perfeitos e sem erros gramaticais". Eu preciso trabalhar, e os detalhes de um site virtual tomam muito tempo! Eventualmente (ainda!) brigo com minha mãe. Demorei 25 anos para admitir publicamente que eu sou apaixonada por Direito, e tão logo assumi a paixão, encarei novo desafio: arrumar tempo para curtir Psicologia. Dos anos que me arrependo, certamente entram no esquema aqueles em que renunciei a mim, a fim de fazer feliz alguém. Só agora descobri que, mesmo sendo amada e com o outro sorrindo de orelha a orelha, eu não me completo. Porque tenho a necessidade de Amar, e Ser sempre Eu, em toda a plenitude. Dos amores que tive, nenhum foi real, posto que Amor dura para Sempre (Onde andará o Homem dos meus sonhos, com seu cachorro cor-de-burro-quando-foge?) Creio em Deus, em Deusa (uma parte feminina que completa essa imensa força acima de nós), talvez em destino e quiçá no homem que eu Amar. Gosto de imaginar que existam príncipes encantados, adoro todo dia 19, pessoas com nome de Henrique e o mês de setembro - pela lembrança de um anjo que passou na minha vida, e já se foi sem eu poder dizer "Obrigada ou Adeus". Transformo tudo em algo que começa com a letra D, de Divino, gosto de enroscar minha mão embaixo da perna da pessoa que está dirigindo (lógico, se ela for meu Amor), existe uma fada na minha vida que se chama LizBetha, mais que irmã, muito mais que amiga. De Perfume e brinco não abro mão, mas posso ficar sem. Só não renuncio ao Amor e a realidade de um sonho. Tenho vários desejos, e ainda há, no meu jardim, ervas daninhas que causam alguns pesadelos. Quero muito um amor estilo Jorge Amado, que dure para sempre. Para sempre, um único Amor. Tudo isso pra brincar de plágio, pra brincar com alguém. O que é importante eu contenho, guardo e bordo, jamais vitrine.

Nas entrelinhas.

Às vezes é como se eu carregasse um grande fardo, como um peregrino. O que eu fui,o que eu sou, e o que outros viram e pensam conhecer, fazem parte das muitas mulheres que co-habitam dentro de mim. Harmônicas, algumas vezes opostas ou contraditórias. Dentro de mim, nesses dias, tem sobra de ansiedade e carência de abraço. Areia e Vastidão à vista.

Já fui menina e Rainha. Sonhando, à meia altura do chão. Como posso andar, se ainda gosto tanto de flutuar? "Sou a mulher da Sua Vida, Homem-dos-meus sonhos", e a sensação de acolhimento e de pertencer a alguém com toda a Certeza, em muitas madrugadas, são assombro constante. Um sonho demora quanto tempo para ser decifrado? Dizem que quando as coisas acabam, são substituídas por outras. Mas é preciso voltar se acaso o vazio ainda estiver dentro de nós... Hoje eu sonhei com ele, novamente suas costas sendo minha última visão. Será que consigo pular alguma etapa? Como Lya Luft, ando acreditando que "O real só é real, se é a cada dia reinventado". Para mim, tudo o que eu quis saber nunca resultou da soma de números, contudo esteve marcado em cartas de tarô, que vieram como um raio, vento misterioso, nevasca na primavera. Impera, nas águas secretas dentro de mim, o desafio de tramar palavras e trançar significados, afirmando ou insinuando o bordado do direito, contraposto ao emaranhado do avesso. Armando entrelinhas, indo e vindo como as Marés, recolho e devolvo sentimentos. Nessa ilha, oceano de Mim, uma certeza. Há que ser da mesma raça, para ter coragem em mergulhar nas águas do mar de dentro, a fim de permanecer.