quinta-feira, abril 29, 2010


MisanPlease...

Você disse: "Eu sou o caminho e um peregrino e todas as velas que já alguma vez se fizeram ao mar.” E não é que tinha razão? É isso o que eu sinto: o caminho dentro de você. Não, é mais do que isso. De uma certa forma, que não tenho a certeza de conseguir explicar, você é o caminho. Pelo menos, para mim. Onde a ilusão se encontra com a realidade, é aí que você está, aí no caminho, e você é o caminho. O meu caminho. Só tenho uma coisa a dizer, apenas uma - nunca voltarei a dizê-la a ninguém, e te peço que se lembre disso: num universo de ambigüidades, este tipo de certeza só existe uma vez, e nunca mais, não importa quantas vidas se viva. O problema é que eu sinto que já estou indo, mesmo sabendo que jamais estarei fora de você. Estou voltando para casa, baby. E gostaria tanto que você soubesse me pedir para ficar. Que soubesse agir, para eu conseguir ficar. O que mais me entristece é que sou uma daquelas pessoas idiotas que, quando cruzam o vão da porta, prosseguem em frente, sem se deter em nenhum momento, em olhar para trás. Ainda que isso as faça arcar, de tanta dor.

Não sei viver desculpando os seus atos. Melhor: a falta deles. Não sei mentir, com a cara lavada e o coração cheio de sentimento. O que faço é instinto, pra me proteger. Fujo, me escondo, armo valas e abrigo, pra me acolher. Dizem que o Destino está na curva de uma esquina, mas, não faz entregas a domicilio: temos que abrir mão de algumas coisas para alcançá-lo. E lutar por outras, para buscá-lo. São as escolhas que nos tornam aquilo que somos.

Às vezes, quando se perde, se ganha. Quem sabe alguém que me surpreenda. Não sei se vocês tem medo das perdas, o que sei é que não sei deixar as coisas como estão. Tem gente que se acostuma a conviver com quem não ama, e permanecem nessa mesma rotina por quinze anos, apenas mudando as justificativas para ficar. Eu não sei como fazer isso: ser imensamente triste por dentro, e fingir extrema felicidade e sucesso por fora. Quero cumplicidade.

Eu estou indo embora, baby. Não posso viver a minha vida com alguém que, embora tenha a chave da minha mente, não compartilha das minhas preocupações. Vejo você encolhendo os ombros diante dos graves problemas atuais, e perguntando se eu acho bonito o novo carro que tirou da concessionária. Estamos vivendo tempos dificeis, e não basta uma pessoa se interessar pelo seu lar, pelo seu emprego e pela sua vida pessoal. Eu preciso que o meu parceiro seja alguém a quem eu possa me dirigir, confiante da sua solidariedade, acreditando que me dirá se estou errada, e me fortaleça quando me diz que estou certa. Quero amar e ser amada... mas o que vejo não é amor nem companheirismo, mas uma espécie de transação, de conveniência, sancionada pela religião e pela sociedade, e isso eu não quero.

Como é tentador soltar o inimigo e fugir. Abandonar a luta no passado o mais rápido possível e seguir em frente. A vida poderia ser mais fácil assim, mas muito menos autêntica.Talvez a sabedoria consista em se engajar na Vida, tal como a recebemos, da maneira mais completa e corajosa possível e não soltá-la enquanto não encontrarmos a benção desconhecida que existe em todas as coisas.

Estou na porta, baby. E se eu me for, não vou voltar...

domingo, abril 04, 2010


D-e-s-t-i-n-o.

"O acaso pode ser assustador, por sua falta de sentido". Prefiro acreditar que exista algo maior colando, ponteando os acontecimentos. E isso não precisa vir com certificado científico, ou explicação filosófica. Apenas questão de vida: prefiro seguir enxergando nos contratempos, chances de aprendizado.

The man that I love.

Existem pessoas inesquecíveis. Cada pessoa tem a sua (o importante é isso: ter uma!). E basta uma simples lembrança para que eu o sinta ao meu lado: os momentos felizes, as palavras tristes, o sentimento no olhar...O cheiro. Sim, também existem cheiros inesquecíveis. E o cheiro do homem que amo, depois do amor, é melhor nem relembrar, pra não desmaiar de saudade. Na hora, a gente não sabe, mas um dia vai ter certeza: não existe nada igual a esse cheiro nem a esse momento, e nunca haverá um melhor. Porque esse é o cheiro do amor.

I´m back.

Tranquei meu cachorro para fora. Sem querer. Agora, ele passa e não me vê. Como se aprendesse, de repente, o que é a indiferença. Se me sinto culpada? Nem um pouco. Afinal, eu não tive culpa de fechar a porta, e ele não estar dentro de casa. Depois, aprendi com uma doutora em psicologia que "somente sentimos pena daquilo com quem nos identificamos". Nesse caso, ainda não passei por essa situação. E nem me sinto uma cachorra, afinal.


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Vezemquando me deparo com vidas infelizes. Pessoas que, na pressa de ganhar o mundo, esqueceram de viver o amor que estava sob os seus pés. De alguma forma, minha vontade é permanecer atrasada em viver esta situação. Nasce o impasse: correr pra alcançar, ou viver para encantar.