quinta-feira, abril 30, 2009


"O noivo de minha melhor amiga"

Do livro, a pérola que quase todos já sentiram. "Para agradar aos outros, seja sempre boazinha". Ah, tem alguns que estendem o ofício para o lado religioso: "Ame a Deus acima de todos, assim, seja bonzinho e faça todos felizes". E assim, se justificam, e evitam questões que fazem pensar...



- Bem, seja paciente com ela. Você nunca vai se arrepender de ser uma boa amiga.

Penso nessa pérola da minha mãe. É difícil discordar disso. De fato, foi assim que vivi durante toda a minha vida. Evitando o arrependimento a todo custo. Sendo boa a todo custo. Boa aluna. Boa filha. Boa amiga. Entretanto, tive uma súbita epifania: o arrependimento é uma faca de dois gumes. Eu também posso me arrepender de me sacrificar, de sacrificar meus próprios desejos em nome de Darcy, em nome da nossa amizade, em nome de ser uma boa pessoa. Por que eu deveria ser a mártir aqui? Fico me imaginando sozinha aos 35, sozinha aos quarenta. Ou pior, me comprometendo com uma versão do Dex sem graça, diluída. Dex com um queixo menos expressivo e vinte pontos a menos de Q.I. Eu seria obrigada a conviver com o "e se" para sempre.

- É mãe, eu sei. Faça como os outros e blábláblá. Vou ser uma boa amiga para a preciosa Darcy.