O VERDADEIRO ADVOGADO, que não será sempre um gênio, como foi "Clarence Darrow", o maior advogado criminal norte-americano de todos os tempos, é e será, eternamente, mais feliz. Sobreviverá, ainda que com inauditos esforços. Acordará, um dia, de seus sonhos e pesadelos, sem que pereça a fé nos seus semelahntes, a sua crença na Justiça, e o seu amor à mais bela e caridosa de todas as profissões: a advocacia. É evidente que esses lidadores do direito não olvidarão, jamais, o amargo sabor da injustiça e das humilhações sofridas, que tanto exultam o coração dos maus e confortam a alma do mercenário. Não esquecerão nunca a Justiça que tardou demais, pois já alguém dissera, alhures, que "a Justiça que tarda não é Justiça, é injustiça". Poderão vender seus amados livros e ter certeza de que nada mais terão a ver com o Direito, entretanto, mais cedo ou mais tarde, como o filho pródigo, retornarão ao lar paterno: aos tribunais, às salas de audiências, à tribuna, ao debate, aos seus processos e arrazoados, ao convívio forense dos bons. (..)Voltarão mais sofridos, mais tristes, mais sós, mas, ao mesmo tempo, retemperados e fortalecidos pela imerecida insída que a alma recebeu plena de coragem. E, milagrosamente, começarão, com a energia de sempre, a luta que só termina com a morte. (...) Sejam quais forem as armadilhas e os ódios, as perseguições e as vilanias, um dia voltarão para a sua oficina de trabalho, donde nunca se desprenderam as raízes profundas de sua fé.
TALES CASTELO BRANCO (Da prisão em flagrante)
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