sexta-feira, julho 20, 2007

HISTÓRIA inventada.

Enquanto ele sorria, lembrava-se de sua história: um homem apaixonado pela noiva, que recentemente fora traído pelo amigo. Ela o observava seriamente, perspecrutando intimamente o que o tinha atraído para aquela megera egoísta. Não "parecia" ser o tipo dele, e se fosse, estava seriamente preocupada: "ela não era desse jeito". De uma outra para outra, não aguentou e as palavras soltaram-se - "O que você viu nela? Como pode duas pessoas tão diferentes terem se apaixonado?" Houve um silêncio por um instante, como se o território fosse minado, mas ele afastou os olhos dela, e lentamente começou a desabar a torrente de sentimentos contida até aquela data.

Eu gosto de drama. E ela era dramática. Eu adorava o drama no nosso relacionamento, achava excitante, ela me dominava. Eu adorava aocrdar de manhã e me perguntar com que espécie de humor ela estaria naquele dia, adorava nossas brigas, adorava nosso ardor, que continham toda a paixão que preciso pra viver, adorava o modo como fazíamos amor depois de tudo. Por quê? Porque eu preciso saber que a pessoa que está ao meu lado se importa comigo- e enquanto ela estava criando caso, fazendo drama, beicinho -, então eu sabia que ela se importava. Se não houvesse drama, não valeria a pena, eu não me dou bem com a rotina de um amor onde tudo ocorre conforme o horário. Meu anjo, eu não uso relógio, não apeto o tubo da pasta de dente pelo coméco, nem escrevo em caderno pautado com caneta prédeterminada. Ela era dramática, e acho eu que sou mexicano". Nisso tudo, seu rosto se perdia em lembranças. Sabia que o amor deles "era estranho" para os de fora; mas o incrível do Amor, aprendera, era que vinha em diferentes formatos, tamanhos, temperamentos. Opostos, atração, paixão.

Sentiu que nenhum dos dois estava ali sem a bagagem extra de um relacionamento fracassado. Ambos demonstravam no olhar e nos gestos que ainda estavam presos a alguém, que estava longe. Nenhum dos dois estava preparado para um relacionamento, pois este corria o sério risco de ser "o famoso tapa-buraco", onde dois se escondiam, tentando passar uma borracha naquilo que fervia por dentro. A qualquer momento a velha chama podia ser acesa novamente; bastava um dos ex cruzar o caminho de um dos dois. O tempo que estavam se dando, tratando-se como amigos,mesmo que atraídos um pelo outro, não havia funcionado. Porque não tinham se ligado verdadeiramente, esperavam por alguém... Pela volta, pelo retorno. Estavam se dando um tempo. O amor continuava, estava forte ali, mas não envolvia os dois.

O que eu posso te dizer, além da verdade? Não quero te machucar, querida. Mas eu simplesmente não consigo viver sem o drama. Preciso de alguém que seja loucamente apaixonado por mim e, para o melhor ou pior, o passado era assim. Ambos estamos cientes de que somos dois buscando um bote-salva-vidas, não deixe que eu faça isso contigo. Porque você não é passional; e eu não sou o tipo seguro e protetor que você precisa. Olhe pra mim: Nossa amizade é mais bonita sem mentiras e ilusões. Não fique magoada se continuarmos assim - como irmãos.

Ela o olhou, e abriu um largo sorriso: o quer precisava naquele momento era isso: apoio, suporte, diversão, alegria. Um amigo verdadeiro; alguém que pudesse lhe mostrar quando estivesse andando em círculos. Segurou-lhe o rosto, e beijou seu nariz. Amigos, livres e na espera. Pelo amor de alguém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário