"Se escrevo o que sinto, é porque assim diminuo a febre de sentir (...) Viver é fazer meia com uma intenção dos outros. Mas ao faze-la, o pensamento é livre, e todos os principes encantados podem passear nos seus parques, entre mergulho e mergulho da agulha de marfim com bico reverso. Crochê das coisas... Intervalo... Nada".
"Que serve sonhar com princesas, mais que sonhar com a porta da entrada do escritório? Tudo o que sabemos é uma impressão nossa, e tudo que somos é uma impressão alheia. Melodrama de nós, que, sentindo-nos, nos constituimos nossos próprios expectadores ativos, nossos deuses por licença da Câmara".
"Para compreender, destrui-me. compreender é esquecer de amar. Nada conheço mais - ao mesmo tempo falso e e significativo - que aquele dito de Leonardo da Vinci de que se não pode amar ou odiar uma coisa senão depois de compreende-la".
Fernando Pessoa, in livro do desassossego.
Hoje eu peguei o mesmo caminho pro trabalho, e tudo pareceu diferente. Tua lembrança estava nas esquinas, nas paradas, além de aqui, dentro de mim. Mistério.
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