terça-feira, junho 09, 2009


Peixinho.


Açafrão. Puro, o original, nem mais, nem menos. Sobremesa com baunilha. Pano de pratos brancos, toalha de mesa bordada, crianças em volta da mesa. Tarde friazinha, prelúdio do inverno. Existe um ponto na vida em que tudo que fazemos reflete diretamente nas pessoas que, por algum motivo divino, estão ligadas à gente. Mesmo quando não fazemos nada. Assim, não há escapatória: mesmo sem agir, estaremos interagindo. Não adianta fugir, mudar de direção, gerar gráficos, planilhas, já está tudo traçado. Gosto de colocar situações em 180 graus e ver pra que lado as pessoas olham. As otimistas e pessimistas se polarizam imediatamente. Eu digo, pedra, uns já gritam: é ouro, é ouro. Outros já sugerem: é pirita, joga fora, tempo perdido! Muitas vezes, o que falo é somente uma pedra, que com paciência são coletadas uma a uma, as achadas e as jogadas, que formarão os alicerces e paredes de algo que poderá ser um lar, enquanto casa são apenas as pedras em forma de abrigo. A balança diz o peso, mas não diz se é pedra ou ouro. Não, não, você está entendendo errado. Se quer saber quanto a mim, melhor eu explicar. Não interessam os graus ou a direção. Mas o olhar. Se você disser pedra para mim, confesso: será uma afirmativa linear. Eu olharei para alguma pedra. Será pedra. Não me interessará saber se é pirita, ouro ou outro material - o que eu vou quererer saber é: 1. Por que a pedra te interessou? 2. O que ela te fez lembrar? 3. O que ela te impulsiona? 4. Qual é a importância dessa pedra? Vou ouvir a história, e com certeza, pegarei a pedra e guardá-la-ei no meu baú-das-coisas-mais-importantes-do-mundo, e quando eu a segurar na mão, ouvirei você falando desse fato, dessa coisa, desse momento. Pedra, então, simplesmente será você. O fogo é muito tímido e quando você tenta segurá-lo ele foge. Mas também é nervoso como o corvo. Se você segura um corvo pelo pé, ele lhe dá uma bicada. O fogo também faz isso. Então, você não pode ficar muito tempo com a sua mão tentando segurá-lo. Você tem que pegar e tirar a mão depressa. E assim foi que aprendi a pegar no fogo,sem me queimar

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