quinta-feira, novembro 08, 2007


Someone to Watch over me

Fim de tarde, quando suavemente passa as mãos pelo cabelo, e inclina-se na cadeira, procuro em sua fisionomia a alegria do menino curioso e vivaz. E tudo o que me vem é a frase de Clarice Lispector, "um monte de cacos, uns brilhantes, outros baços, uns alegres, outros como um pedaço de hora perdida, sem significação, uns vermelhos e completos, outros brancos, mas já espedaçados". Não sei em qual construção fechou a porta e jogou a chave pela janela... Absurdo vê-lo caminhar seguindo tão pesado, carregando tantos fardos de outros. Sete Horas, e ao redor de si, o silêncio. O que me assusta é que daqui um pouco, quatro horas na madrugada fria, despertará sonolento. O que o aflige não é tanto o desejo, mas o limite, que angustia. Por que não pode ser Sim?Até onde podemos ir para podermos ser Felizes? Para que um sentimento perca o perfume e deixe de intoxicar-nos, nada há de melhor que expô-lo ao sol. Talvez fosse solução viver a impossibilidade, desconstruindo toda a possibilidade de tanta amargura.

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