segunda-feira, outubro 15, 2007


O que não foi é o que fica.

Já faz tempo. Lembra que voltou atrás, naquele dia, por sobre seus passos feitos, atrás da agenda. E depois disso, fez e refez o caminho inúmeras vezes, esperando encontrar em algum momento, o momento onde esquecera de atuar. Naquele dia, apressado, pediu um café e ficou deleitado com a morena, ao lado. Que distraída, sorvia o líquido quente fazendo beicinho. Ainda é capaz de relembrar os pequenos detalhes que o encantaram, como seus olhos se revirando, e o sorriso se formando, sem precisar de nada mais que ela mesma. Como se fosse armadilha, ficou preso na visão de alguém que era feliz sem precisar de alguém ao lado pra admitir isso. Foi enquanto ela ria, sozinha, que começou a criar a história deles dois, que ainda não era, mas já havia até o depois, em sua mente, quando ele tomaria um taxi, e a levaria para seu apartamento. Uma urgência em experimentar aquela felicidade, uma vontade de ser feliz sozinho! Rememorou o poema, a notícia do dia e foi na hora da prosa que iria iniciar que percebeu o vazio da xícara. Ela saiu sem lhe dizer nem adeus, foi embora e nem reparou no bilhete com seu telefone na sua mão, quente e úmido agora, nem no sorriso preparado na sua face pra dizer como era lindo aquele sorriso seu. Para ele, não ficou nem um olhar. Apenas aquela coisa, que urdia por dentro, tomava conta do seu ser, que exigia que ele parasse o tempo e fizesse alguma coisa. Aquele medo de ser ela, e ter sido, então. Como se ele tivesse que dobrar à esquerda, e acenado para a direita. A vida então virou luminosa, como a avenida maria de paula que atravessava todos os dias, lhe trazia para o trabalho, lhe torcia e se esboçava negra na volta para casa. Manhãs de café no Bar da Esquina, pra lembrar que a mulher certa havia visitado uma tarde, seu dia...

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