segunda-feira, outubro 15, 2007


O mundo silencia, exigente a sua volta. Se vacilasse, estaria perdendo uma grande oportunidade. Não havia respostas glamourosas, gostava das nozes, do doce, das balas de coco e do seu difícil preparo, da lembrança do puxa-puxa das mulheres da família, e da loucura quando tudo "empedrava"! Viravam numa bacia, e nós, crianças, surrupiavámo-nos todas! O prazer de comer coisas gostosas era o maior desejo de nossos corações. Como dizia José Mindlin, longe de mim vida de vegetariano, "porque vida de vegetariano é uma vida de enganos, tudo o que se busca são alimentos que se pareçam com carne, mas que não o sejam".

E o sorvete de pistache! ah, a cor me fascinava. Toda tarde, a parada obrigatória na sorveteria da esquina. Fui uma doceira incorrigível. Sarapatel, que a vó baiana da amiga vizinha preparava no final de semana. Pequenos rituais de prazer, que trazem momentos com aroma e sabor. Um prazer que centra o sabor na língua e no céu da boca, embora com frequência não comece aí, mas na lembrança. A vida é uma coleção de momentos, e como dizia Vinicius de Moraes, Subamos, subamos acima, subamos além, subamos acima do além".

Invenciones perversas, Estar de Alavela. Às vezes, uma coisa que parece um mal, pode nos ajudar a voltar para o caminho que tínhamos nos desviado. Certos acontecimentos desastrosos, que assim nos parecem a primeira vista, são na verdade, âncoras no mar da nossa vida. Você não precisa se perder, para eu te encontrar.

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