quarta-feira, setembro 12, 2007

NEGRINHO.


Pra Recomeçar, há que se pôr em festa, celebrar o pontapé inicial. Como não sou eu que reinicia (desta vez!), sugeri a amiga a receita dos
Neguinhos. Fiquei pensando que todo recomeço é como essa receita - angustiante. Pese bem: são 3 latas de leite condensado, que levadas ao fogo até serem transformadas no prazeroso brigadeiro demandará MUITA paciência, BASTANTE suor e uma tenacidade incrível (porque eu desde logo já desistiria). Horas ali, mexendo e remexendo, toda sorte de pensamentos ocorrendo, até que, quase ao final muita gente diz caracoles, pero que tudo iso? Porque vem, na última volta, aquela imensa vontade de deixar queimar, de sair dali, de desistir. Mais um pouquinho e sabemos, o esforço será brigadeiro, menos um minuto, e tudo será passageiro. Depois, ainda temos a louça pra lavar. Pode-se argumentar que hoje existe o micro, mas o meu está de mal: duas vezes tocado, e ele fica em silêncio, se recusa a esquentar qualquer coisa, mandando tudo para o fogão. Eu, como preguiçosa que sou, com isso ando unha-e-carne, eu e o forno, tudo assado por aqui, em forma auto-limpante. Meu recomeço (felizmente!) não foi negro. E só o que posso fazer, então, é sorrir à toa, antecipando o prazer de me banquetear. Com os negrinhos. Claro, ajudarei sem pestanejar nos pensamentos, enquanto a amiga labuta à beira do fogão. Neguinho dá um trabalho sô! Eu, muito mais SONHO DE VALSA.

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