domingo, setembro 30, 2007


Anjo...

Fui uma boa perdedora. Tão boa que, somente quando perdia, realmente me interessava pelo prêmio. Sou uma boa cidadã, pacífica até na alma, nunca levantei armas ou lutei por amor. Sou uma mulher boazinha, jamais entrei em cena, quando o cenário já se encontrava composto. Essas foram as desculpas que eu usei para sempre justificar minha falta de vontade e empenho em ficar até o fim. Mas a verdade é crua: sempre desisti, por opção. Tergiverso sobre perdas necessárias, choro lágrimas doces, faço drama, me visto de mexicana e enceno toda uma novela, só para não sair da roda e poder perder com a classe exigida. Das duas, uma: ou o final nunca me empolgou a ponto de ganhar qualquer corrida; ou a vitória, para mim, é fardo pesado. Gosto de coisas simples, porém o que há no fundo é a reticente falta de entrega. Uma parte de mim está sempre longe, distante... já foi, há tempos. Você tinha razão, Anjo. Quando o amor batesse, o orgulho aprenderia que AMOR NÃO SE CONVENCE. É aceitação. Só o que me resta, então, é pedir a outra parte de mim para voltar, já que daqui não saio, não. Mesmo enovelada, bordando do avesso e pintando surrealidades, "aprendo todos os dias a manter os pés no chão", mesmo sendo minha alma de vôos e flutuações... Ah, realidade também, sou uma mulher de 'jamais, sempre, ponto. Nunca, juras e promessas, sonhos e perdas. Agora, mulher de vitória também".

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