Nesse exato momento, tenho 30 e poucos anos, dos quais não me arrependo de nenhum. Não gosto de julgar ninguém, e se perguntam quem fez, não sei quem fui mais gordo. Como a vida é tecelã imprevisível, não atiro a primeira pedra, mas posso jogar a última pá de terra. O que importa é que a vida, esta sim, está sempre certa. O resto? Detalhes...
quarta-feira, agosto 01, 2007
Por que você não olha cara-a-cara.
Fases de encher os olhos de alegria e a boca d'água, pra curar lentamente aquilo que tanto dói. Vontade irrefreável de absorver conhecimentos, produzir, renovar, trocar de casca, pra mais-ou-menos tomar posse da sua mente. Ela sabia que estaria pronta quando ele viesse, então fez-se mais bonita. Cortou o cabelo, tratou das mãos. Esperava que ele viesse sem duvidar, sem temer, sem cobrar. Esperava, simplesmente. que ele viesse. E, quando chovia, saía pra rua, sem preocupar-se em esconder as lágrimas que derramava todos os dias, pela ausência dele. E quando o sol surgia, se aquecia em qualquer canto, inventando desculpas pra justificar com nobreza aquela ausência. No frio da manhã, quando o viu do outro lado da rua, hesitou por segundos, não queria mais se machucar. Ele levantou a cabeça, olhou para diversos lados, e entrou rapidamente no costumeiro edifício. Ela esperando, sem atravessar a rua, andando devagar, pra poder partir inteira. Lembrou de açaí, e se imaginou como o fruto, aquela que chora. Sem ninguém saber.
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