quinta-feira, agosto 09, 2007


OUTONO.

Ele encostou sua mão na dela, e gentilmente a puxou para si. - Por favor, tente me escutar, mesmo que esteja com raiva de mim. Sei que esses últimos meses foram difíceis, mas acredite, foram para nós dois, eu nem por um momento deixei de pensar em você. Sei que você também pensa que eu poderia ter arrumado a situação toda: nada disso teria acontecido se eu tivesse tido a coragem de lhe pedir para ficar comigo, em vez de todas as bobagens que fiz, inclusive quando te deixei subir naquela droga de ônibus. Não foi por falta de vontade, moça.

Suspirou, esperando que Ela dissesse algo. Pelo menos um hã-hã, como era importante ouvi-la dizer que estava prestando atenção! O ar estava frio e cortante, e por trás do ar de desafio que havia visto em seus olhos, logo que a avistou, o que via agora eram lágrimas. Sempre assim, mesmo quando nada diziam, tudo era dito em silêncio.

- Sinto muito. Acredite, vontade não faltou para eu jamais sair daqui. Mas talvez... Apenas por eu ter perdido a confiança na vida, por medo de que a nossa história se ampliasse... Fiz, aconteceu, e nós estamos vivendo as consequências desses meus atos. Eu estou agindo como um robô, trabalho no piloto automático, vivo enrolado com o tempo. E você? Olha pra mim, diz se eu posso ainda ter esperanças, diz alguma coisa, diz pra eu ficar aqui. Com você.

Diz.

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