terça-feira, agosto 14, 2007


eSTRANgeira

Então espero mais. Cuido os táxis que passam, como se ELE pudesse estar dentro de um deles e poderia sim, poderá quem sabe abrir a porta rápido para que eu entre, sem descer, apenas recuando um pouco para dentro, para me dar espaço a seu lado, nesse ninho morno do banco de trás, e diga o endereço ao motorista caprichando na pronúncia francesa para que eu o admire, embora isso não me importe agora, quero apenas encontrá-lo, e meio ao acaso, pouco depois, quando o carro recomeçasse a andar, tomar entre as suas uma das minhas mãos avermelhadas pelo frio e pelo peso da mochila, e afinal comece a falar sem parar naquela língua que ambos conhecemos bem e não ouvimos faz tempo, contando coisas engraçadas, estranhas ou até mesmo um tanto estúpidas, não importa. Não importará nada do que diga ou faça, desde que venha e tudo aconteça desta ou de outra maneira inteiramente diversa da que invento, parado na frente da estação desta cidade do Norte onde, dizem, existe também o mar.

CAIO F. ABREU

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