sexta-feira, agosto 03, 2007


2005/dezembro.

Nasci pra ser do contra. Sou complexa, mas me tornei simples. Contraditória, caminho coerentemente. Enigma, ouso ser transparente em cada olhar. Ainda adoro quem tenta me devorar ou me decifrar - aquelas pessoas que sabem agarrar algo quando sentem que querem aquilo, pra sempre. Não sou de decorar nada, mas levo comigo essa frase: "Não há determinismo ou escolha absoluta: jamais sou coisa, jamais sou consciência nua". Sou festeira, sou caseira, não faço poesias, mas posso colocar outdoors pra explanar meu amor. Surpresas me atraem, me desafiam, me excitam. Péssima cantora, inclusive de banheiro, mas ao pé do ouvido sei dizer aquilo que todo mundo quer ouvir. Adoro dormir, cama, o meu quarto, andar descalça pelo mundo, sem grande afetação. Sou amante do Inverno, vento nos cabelos, bochechas rosadas e da fumaça que sai em baforadas. Quero ir pra Budapeste, e deixo Paris para outros. Às vezes a gente tem que abrir mão de certas coisas para conseguir outros sonhos. Gosto de compartilhar afetos, sentimentos, amizades, e também tenho necessidade daquele tempo de solicitude, só pra mim, pra sentir tristeza, saudade, alegria, felicidade, ou apenas ficar sem fazer nada. Devota de Santa Bárbara, e Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, incluí esses dias a virgem de Guadalupe, por achar que as santíssimas devem sempre serem três.

Adoro escrever, é essência, paixão. Minha profissão, estudos e teses, Causas e debates. Opinião alheia, a paixão inflamada nas palavras dos outros - isso me fascina. Até onde vai um homem pelo que ele Ama? Aceito toda forma inteligente de pensar, descompromissada de preconceitos e cheia de respeito. Não sou muito ligada em computadores, fico dias com preguiça de ligar-me a esse mundo virtual, que ainda me deixa com um pé atrás. Sou sim, ciumenta. Desconfiada, olhos nos olhos é minha paixão secreta, e conhecer uma pessoa pela palma da mão, outro segredo. Do meu tempo eu faço o que eu quiser, do amor eu faço o meu caminho, e quem quiser dinheiro, já digo: hoje não tenho um tostão. Ainda me acho tão menina, não ligo pra data de nascimento, mas ao mesmo tempo sinto que meu tempo passou, e a colombina que havia dentro de mim não volta mais. Será que desaniversários fariam diferença?

Da infância ficou o gosto por Monteiro Lobato, Emília, os disquinhos de historinha de uma coleção colorida, e a fixação por dicionários e verbetes. Amo amar, ser amada, cuidar [às vezes displicentemente] de animais e plantas, gosto de coisas simples, mas também adoro me produzir e andar bem vestida: salto quinze, perfume francês. Não curto política, datas fixas, horário e pessoas com fixação no relógio. Amo céu coberto de estrelas, terra cheirando a chuva, cama com box duplo king-size, quatro travesseiros de penas, lençóis de algodão, cobertor peludão. Tenho paixão pela cozinha - pratos simples ou alguma receita sofisticada, de preferência que inclua nozes. Ainda curso gastronomia em Itajaí, me dêem trinta anos. Viagem e mochila nas costas é programa que gosto mesmo; vinho, licor, batida de coco são coisas que muitas vezes me fazem invadir outros mundos... Sou apaixonada por livros, leitura, quero ter uma biblioteca imensa até meus 80 anos, não gosto muito de piadas sem graça, nem de poesias chulas, detesto dar festas, e sentir ansiedade de esperar convidados.

Carrego mil cadernos de memória em baús enfeitados, já aproveitei muito cada fase da minha vida, houve algumas que saltei sem para-quedas e foi morte e suplício na certa. Lembro de certo dia em que fiquei assim - meio-bêbada por tequila, sal e limão, mas nada que me fez perder a cabeça ou as lembranças do dia anterior. Sou conservadora quanto a drogas, gente chata e vulgar. Não gosto de sexo por sexo, sem sentimento. Amo gatos peludos, banho de chuva e orvalho. Não tenho medo de muita coisa, mas adoro me sentir protegida. Já perdi muita coisa, mas conservo tudo dentro de mim: as lembranças não morrem, mesmo que enquadradas em algum caderno, coloridas e redescobertas. Sinto orgulho em ser uma pessoa sincera, honesta e filha de alguém cheio de moral e príncipios. Digna dos amigos que tenho. Não me culpo, nem me recrimino por já ter me relacionado com pessoas que não eram boas companhias: o que não me espelha some feito fumaça da minha vida. Tenho dificuldade em dizer tchau, oi e sinto muito; não gosto de telefone, e é muito difícil eu entender um "eu te amo" se não tiver exatamente essas palavras. Sou mesmo distraída, indecisa, impaciente, feito oceano, se moldando a cada maré...
Quero tudo (e sempre mais)
amor, dinheiro, saúde, felicidade.
Quero mais (e sempre tudo).
Quero Você, além de aqui
Dentro de Mim.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial