domingo, julho 29, 2007


SINTONIA.

Repara.
Falaste tanto que eu precisava me abrir.
Deixar o mar acontecer,
a água invadir...
Quero fechar as comportas (novamente!)
Tudo!
Como é que se faz
pra conter toda essa
torrente?
Esse oceano que transborda,
sem dar tempo de algo secar no varal da vida?
Nesses dias que eu, náufraga em maré alta,
de porta-pra-rua e enchente no batente,
lembro tanto de você...
Nessa noite, e em algumas atrás,
acordo assim... sobressaltada,
assustada,
no sonho, em algum lugar
você chorava.
VOCÊ!
Ah, você me chamava, buscava minha mão,
ansiava por mim.

Lembro da lição apreendida
EXPIRE. EXPIRE. EXPIRE.
Pra não se afogar.

(Devia era ter lacrado a fechadura)

... e justo você chorava...
sonho bobo, pressentimento besta
você, que consegue contar nos dedos
quantas vezes derramou lágrima..
Sonhei com a ilusão de que havia
sensibilidade em você.

Quer deixar uma luz na minha caixa de correio,
pra eu poder amanhecer domingo em paz?
Recorda da lenda: se apagar a luz na varanda, farolzinho
morro na travessia.

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