Ao Mar...
O que você AMA, quando Ama alguém? Essa pergunta me intrigou. Fiquei remoendo-a, tentando verificar, no imenso quebra-cabeças da minha mente, o que me fazia juntar tudo: razão, coração e espírito, fechar os olhos e me lançar a esse sentimento... Creio que "ainda não sei". Mas encontrei algumas peças. "Essa pessoa abre portas no meu interior. São como chaves para quartos dentro de mim. Descubro uma porta, e tenho a impressão de ouvir um zumbido que vem detrás dela, e logo, não sei como, passo para o lado de dentro, com a chave conseguida, e isso é ao mesmo tempo um tropeçar sem rumo na escuridão. Começo a sentir a agitação em mim, o zumbido, e meu coração começa a se expandir. Com uma sensação absoluta de coragem, ou de amor, audácia ou compromisso. O zumbido se transforma em luz, e a luz entra em mim, por osmose talvez. E uma parte de mim, que não era clara, clareia. Se ilumina. Começo a irradir essa luz... Eu sou luz quando Amo. Sem esconder as Trevas. Jean-Claude Carrière, na apresentação do seu livro "O Circulo dos Mentirosos" nos conta que perguntou ao neurologista o que era, ao seu ver, um Homem normal?
Pergunta banal e sem muita importância. ... um homem normal seria aquele capaz de contar a sua própria história. Ele sabe de nde vem, (tem uma origem, um passado, uma memória em ordem), Sabe onde está (sua identidade) e acredita saber onde vai (ele tem projetos e a morte no fim). Portanto, ele se situa no movimento de um relato, ele é uma história e ele pode se narrar." Foi Freud que disse que não podemos ver aquilo que não queremos ver? Se você ama alguém, quer compartilhar as pessoas que você é. E como amamos a pessoa que dá força até mesmo a estas partes odiosas de nós! Talvez haja sempre uma parte de nosso eu que ocultamos, negamos e destruímos deliberadamente. Mas amá-lo e ser amada foi uma experiência de muitas vidas. Amou-me de todo o coração, como uma deusa. O que eu era. E sou. Parei pra olhar para trás hoje. Num tempinho pequeno, fiquei folheando mentalmente minha vida, atrás daquele momento onde me senti completa. Onde todo o meu ser estava concentrada no presente, integralmente, sem viagens interiores, ou pensamentes ulteriores. E quando a verdade bateu, senti um imenso vazio. Porque na única vez que fui verdadeira, eu tive medo. Medo, porque não conseguia controlar nada. Medo, porque eu Adoro Controle, como o personagem daquele filme, instinto. Controlo tudo: e desde então venho fugindo daquela pessoa, e daquele enorme sentimento. O que sobrou? Um Vazio que, mesmo enchendo-o de vários prazeres momentaneos, jamais chegou aos pés daqueles momentos. Eu ainda tenho Medo. De me entregar sem reservas. E metade de sereníssima pertence a mim, pela descoberta. A outra fica com a pisciana maluca, que continua acreditando que Buracos se tapam com produtos importados. E bens materiais. Sou um animal sentimental, me apego facilmente a quem desperta meu desejo...
Quando foi que competimos pela primeira vez? O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe Não entendo terrorismo, falávamos de amizade Não estou mais interessado no que sinto Não acredito em nada além do que duvido Você espera respostas que eu não tenho Não vou brigar por causa disso Até penso duas vezes se você quiser ficar Minha laranjeira verde, por que está tão prateada? Foi a lua dessa noite, do sereno da madrugada? Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço Enquanto o caos segue em frente... Com toda calma do mundo. Lampedusa dizia: “Melhor mudar um pouco, de modo que tudo possa continuar a mesma coisa.” E quando pressentimos que chegou a hora de mudar, começamos inconscientemente a repassar um vídeo mostrando todas as nossas derrotas até aquele momento. É claro que, à medida que ficamos mais velhos, nossa cota de momentos difíceis é maior. Mas, ao mesmo tempo, a experiência nos deu meios de superar essas derrotas, dar a volta por cima, e encontrar um caminho que permitisse seguir adiante. Também precisamos assistir a esta fita em nosso videocassete mental. Atenção: se assistirmos apenas ao vídeo da derrota, vamos ficar paralisados. Se nos determos no vídeo da experiência, vamos terminar nos julgando mais sábios do que realmente somos. Melhor sempre ter as duas fitas ao alcance da mão. E, quando chegar o momento de um novo passo, encerrar um ciclo e começar algo diferente. "Para enxergar claro, Basta mudar a direção dos olhos. É como Exupery colocava: "Sois belas, mas vazias. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é porém mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus a redoma. Foi a ela que abriguei com o para-vento. Foi dela que eu matei as larvas. Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa."
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