sexta-feira, julho 20, 2007


Ballade pour Adeline.

Amore che vi, eni Amore che vai...
Scusami, Amore. Ando à solta nesse Universo, e constato que ondulando pelas ruas, chamo bastante a atenção. Meu quadril vai e vem, cruzo pernas ao caminhar, quem sabe pra provocar, a bruxa danada que mora em mim atiçando paixões, me fazendo desejada e um pouco feliz... Dos olhares, carrego o desejo de cada um deles, e dos amores que desperto, levo embora todo sentimento, que há de me curar desse fado de caminhar entre espinhos, sem ti. Eu sei que foi minha escolha, que os passos que nos separaram equivalem a toda uma receita de quindim, mal elaborada, e feita às pressas, surrupiada do caderno de receitas de sua mãe. Gosto de doce, que provoca amargor quando desce vagarosamente por minha garganta, aí que saudades de seu olhar, de suas palavras, desejo tão grande de ti!

Ballade pour Adeline. Quando foi mesmo que tocasse meu coração, Amor? Carrego tão grande marca de seus dedos, apertando meu coração. Todos os dias olho através da janela, minha vida derramada nessa cama king-size, ao lado de outro tipo de amor, seguro e tão preso em mim. Posso eu sonhar contigo, sabendo que também habita outro quarto, ao lado de outra dama, tão distante de mim?

Em algum momento da minha vida promete conceder nova dança? Preciso de acalanto, esse amor tão imenso, quero você ao meu lado, não por uma balada, mas pra vida inteira, ou pelo menos, o que me resta. Amore, Scusami se de repente, soltei-me de seus braços, lancei-me em corrente contrária, amarguei não olhar para trás e te deixei ali, plantado em meio ao salão, vazio de passos meus. Naquela época eu queria tanto uma casa, e você o que podia me dar, além de uma balada, amor e lágrimas? Hoje eu resido nessa mansidão de pedras, e espero por um momento, ter você, além de dentro, perto de mim.

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