sábado, maio 12, 2007


Ethian ao Leme:.

Borboletas tem aparecido em muitos lugares no meu presente - na forma de quadros, estátuas, bibelôs, ou simplesmente voando, alegres, ao meu redor. Dizem que quando certo "símbolo" começa a se tornar uma constante em nossa vida, é um sinal dos céus. Lembro que a palavra “símbolo” vem do grego sym e bolon, que significa trazer para junto, unir aquilo que aparentemente estava separado, e que talvez essa borboleta possa me dizer muito mais coisas, além do sorriso que já me traz.

Depois de passar por tão dificeis processos para se tornar borboleta - após deixar seu tempo de lagarta, depois de todo seu tempo de crisálida, e da metamorfose -, a borboleta ganha o direito a uma vida breve, e precisa defender seu tempo, sem sacrificar o seu ser sendo aquilo que não é. No Bhagavad-Gita temos que a borboleta se lança contra a chama de um candeeiro: “Como as borboletas se precipitam para a morte na flama brilhante, assim os homens correm para sua perdição”. Também pode-se ligar o vôo da borboleta em direção ao fogo ao vôo mitológico de Ícaro em direção ao sol. Porém, em quase todas as culturas, ocidentais e orientais, a chama é símbolo de purificação, de iluminação e de amor espiritual. Representa esta luz uma imagem do espírito e da transcendência, que nos leva a acertar o passo para alcançar o final que tanto desejamos.

A borboleta é antes de tudo símbolo de ressurreição e de potencial abstruso. No dicionário de símbolos de Chevalier temos que “A crisálida é o ovo que contém a potencialidade do ser, a borboleta que sai dele é um símbolo de ressurreição. E ainda, se preferir, a saída do túmulo”. É um símbolo da alma, pois da mesma forma que abandona a crisálida para voar, o espírito se liberta do corpo físico para ganhar espaço infinito. Representa também o renascimento e a imortalidade. No Japão, está associada à mulher, a metamorfose de seu ovo para lagarta e depois para crisálida e borboleta, indica as etapas da alma para a iluminação. Duas borboletas juntas indicam felicidade matrimonial. Uma mudança que exige aceitação plena para vivenciar aquilo que desejamos. O poder da borboleta é como o ar, é a habilidade de conhecer a mente e de mudá-la, é a arte da transformação.

Devemos observar a nossa posição na vida e, como a borboleta, percebermos que sempre estamos em algum estágio de atividade: podemos estar no primeiro estágio, onde a idéia nasce, mas ainda não é uma realidade, - o estágio do ovo, o ponto de criação de uma idéia. O segundo estágio é o da larva, a hora que temos de tomar uma decisão. Mais um pouco e podemos estar no terceiro estágio, o do casulo, onde desenvolvemos o projeto, fazemos para realizar aquilo que sonhamos. O Estágio final seria a transformação, a saída do casulo e o vôo, "a realização do sonho", viver esta realidade sabendo que podemos crriar, transformar, mudar, mas sem ter coragem para aceitar isso, fatalmente a "chama" que nos transformou irá nos queimar.

Se elas começarem a aparecer em número de sete, aí tem-se que ter maior cuidado. Porque o Sete é um número ousado, místico e encerra grande simbologia ancestral. Nas mais variadas culturas representa a idéia efetivação de um ciclo. O número sete corresponde não só aos sete dias da semana, mas também aos “sete planetas, aos sete graus da perfeição, às sete esferas ou graus celestes, às sete pétalas da rosa, às sete cabeças da naja de Angkor, aos sete galhos da árvore cósmica e sacrificial do xamanismo etc”. Além disso, o é também representação de solidez e totalidade. No cenário do islamismo, o sólido possui sete lados. O livro sagrado do islã, o Alcorão nos diz sobre o número sete: “ Tudo que existe no mundo é sete, pois cada coisa possui uma ipseidade e seis lados”. Assim como no Apocalipse, final do ciclo terrestre, o sete aparece como "chave para se ver claramente uma realidade", pois são sete as igrejas, sete estrelas, sete espíritos de Deus, sete selos, sete trombetas, sete trovões, sete cabeças, sete calamidades, sete taças, sete reis, etc... O sete encerra um ciclo, indicando a passagem do conhecido para o desconhecido, um se findou, que há agora por vir?. Segundo Santo Agostinho, este número mede o tempo da história, ou o tempo da peregrinação do ser humano na terra. Portanto, na interpretação universal o número sete simboliza uma mudança seguida por uma renovação positiva.

Sete, mais borboletas, tendo ao lado clepsidras e ampulhetas, podem estar indicando muito mais do que aquilo que reconheço no momento. Talvez eu esteja patinando "na teoria de Freud de que muitas vezes fumar charuto é só gostar de fumar charuto". Quem sabe eu esteja confiando demais no mapa que o OceanoMar trará? O fato é que, de alguma forma, acredito que tudo irá se encaixar, sem eu precisar ficar detida em elucubrações. Por ora, eu só preciso segurar firme o leme, enquanto...

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