terça-feira, abril 10, 2007


Essas mulheres:.

E tudo o que em algumas mulheres lembra maternidade, responsabilidade, vínculo pessoal e necessidade erótica suscita sentimentos de inferioridade, e as obriga a fugir naturalmente para a mãe, a qual vive tudo aquilo que as filhas consideram inatingível, digno de uma superpersonalidade: a mãe. Involuntariamente admirada pela filha, a mãe vive tudo antecipadamente em seu lugar. A filha vive uma 'espécie de sombra' da própria mãe, um prolongamento da vida da mãe. Estas virgens-mulheres não estão imunes ao casamento; muito pelo contrário, apesar de sua qualidade de sombra e de sua apatia, ou justamente por causa disso, elas são altamente cotadas no mercado do casamento. São de tal forma vazias que um homem pode nelas enxergar o que bem entender; além disso, são tão inconscientes que seu inconsciente estende inúmeras antenas, para não dizer tentáculos de pólipos invisíveis que captam todas as projeções masculinas, para a grande satisfação dos homens (Noiva em fuga). Esse tipo de mulher tem um efeito estranhamente aliviador sobre o marido, mas só enquanto este não descobre 'com quem' casou-se, e quem dorme com ele na cama... isto é, a SOGRA. O notório desamparo e a aparente inocência ofendida dessas mulheres exerce sobre o ser masculino uma atração especial: ela é tão inexperiente e necessitada de ajuda que até mesmo o mais meigo dos pastores de ovelhas se transforma num arrojado raptor de mulheres, prestes a arrebatar traiçoeiramente de uma mãe amorosa sua filha.

Este tipo de mulher aproxima-se do mundo desviando o rosto, tal como a mulher de Lot, o olhar voltado pra Sodoma e gomorra. Nesse interim, a vida passa por ela como um sonho, uma fonte enfadonha de ilusão, desapontamentos e irritações, que repousam unicamente em sua incapacidade de olhar para frente. MAS OLHAR PARA FRENTE significa o conhecimento e descoberta da verdade, condição indispensável da consciência. Uma parte da vida foi perdida, o sentido da vida porém está salvo. Warneck fala desse tipo de arquétipo mulher, morta para a energia de Afrodite - "Não raro ela assume os traços da sabedoria, quando torna-se avó, bem como as características da bruxa. Quanto mais o arquétipo se afasta da consciência, mais clara esta se torna e o primeiro assume uma forma mitológica cada vez mais nítida. A passagem da mãe para avó significa que o arquétipo subiu de categoria. Isto se torna claro por exemplo, na concepção dos bataks: o sacrifício funerário para o pai é modesto, é comida comum. Mas quando seu filho tem um filho, o pai torna-se avô, conquistando com isso um tipo de dignidade mais elevada no além. Então lhe são oferecidos grandes sacrifícios.

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