sexta-feira, outubro 06, 2006

.:Homem-Amarelo:.

.:Ando na corda-bamba para cruzar marés e deslumbrar seus olhos. Através deles, poder... NÃO dá. Não é o meu estilo. Não é o meu momento. Escrever palavras de amor requer sutileza, doçura e couraça zero. Hoje estou mais para reserva do flamengo, morrendo de vontade de me debruçar em edredons para terminar o romance da Elizabeth George, Em nome das Cinzas. Quem matou o homem que estava vestido de mulher? Sim, é essaa pergunta que permeia todo o texto. Diria que a linha fina que a bailarina percorre ao lado chama-se mistério, inicia-se pelo Quem, termina não sei como. Vontade de montar um quebra-cabeças que vi hoje, na fatídica viagem ao mundo dos brinquedos. Dia das crianças, eu também quero ganhar. Só porque a Barbie tem um cachorro eu devo pagar o dobro? Se minha filha quer 4 presentes, dois não teriam que ser do pai dela? Logicamente a barbie com cachorro; e a barbie com asas e-n-o-r-m-e-s para o pai-ausente que esqueceu do envio do presente de aniversário. Lembrei, meu amarelo, que Beatriz adora essa cor, e rosa também. Uso e abuso de objetos vibrantes, por todo canto do nosso lar. O que você agora visualizar que destoa, apague. Porque é isso que passa num átimo do meu tempo. Vontade de você, de livro de mistério, de decifrar e montar, de conseguir comprar, de compreender porque homens-latas são pais, já que não suprem emocialmente nem financeiramente nada. Homens-latas deveriam ter um lugar só: virar sucata e serem reaproveitados como bugigangas. Li em algum lugar sobre energias espirituais, onde dizia que quando reencarnamos, voltamos sem a capacidade de lembrar, de fio a pavio, o que deixamos para trás, como também não sabemos o porquê de estarmos aqui. Mas com certeza dentro de nós, em algum recondito de nossa alma velha e muda, há um meio de nos fazer "sentir" o que já foi muito importante, o que nos falta, o que nos consumiu e o que é destroço e lixo. Sei por músicas, por momentos sublimes que deixam todo um enlevo no olhar, por certa cor ou perfume, que você é meu amor-desta-vida. Amor pra vida e pra sempre. Sim, cada minuto de meu agora atribulado e tempestuoso, é notadamente marcado também por você. Qual presente no dia das crianças? Quebra-cabeça, jogo, carrinho... só vale brinquedo. Já tive medo, já fugi, já chorei e até dei uma de rebelde contra mim mesma ao me associar a lata velha. Agora, finalmente eu me entrego. Mesmo que seja uma aposta onde marca sol e luz, momentos de felicidade e alegria constantes. Sim, porque ser feliz e ser amada é um labirinto novo, meu coração reclama, eu tenho medo, e você? Sim, amarela. Eu, rosa. Lilás. Lembrei de um texto do Affonso Romano de Sant'Anna. Acho que encerra com chave de ouro o que eu quero dizer além de tudo o que coloquei aqui. Sempre fica um pé atrás, em cada vírgula, em cada onda, e só eu te amo já não representa o que você é para mim.
"Preciso do teu silêncio cúmplice, sobre minhas falhas. Não fale. Um sopro. A menor vogal pode me desamparar. e se eu abrir a boca, minha alma vai rachar. O silêncio, aprendo, pode construir. É um modo, denso, tenso - de coexistir. Calar, às vezes, é fina forma de amar". "Deixa que eu te ame em silêncio, não perguntes, não se explique. Deixe que nossas linguas se toquem, e as bocas, e apele, falem seus líquidos desejos. Deixa que eu te ame sem palavras, a não ser aquelas que na lembrança ficarão pulsando para sempre. Como se o amor e avida fosseum um discurso de impronunciáveis emoções. Deixe que eu seja eu, apenas eu, das minhas falhas faça, as vezes, negrume e bréu aos olhos, e silêncio aos ouvidos. Elas também me sustentam, são parte de mim, e, algumas vezes, preciso expor essas facetas. Ser perfeita me mutila por dentro. Me mata aos poucos. De sede de Amar. Sonhei com você. Eu era a mão, você detinha os olhos. Como e por onde.

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