segunda-feira, agosto 21, 2006


Sinergia entre dois:.

Eu vou até a filosofia, e acho eu que nem prozac, nem esta tal demagogia lhe trariam o que buscas. Não sei responder a sua indagação, nem te dar um rumo, pois que minha direção anda sem leme, meio que direcionada por outras mãos. Talvez esse trecho do livro Mais Platão... dissolva suas bases e alicerce suas decisões. Ou o contrário, pois que, pela primeira vez terá que fazer algo completamente por si. É como se jogar de um trampolim, mesmo sabendo nadar, ficamos com dor-de-barriga de medo de errar...

"O princípio requer liberdade de gostos e buscas, de estruturar o plano de vida que se ajuste à sua personalidade, de fazer o que se quer, de se sujeitar às conseqüências, sem impedimento por parte das criaturas iguais a mim, contanto que o que fizermos não as prejudique, mesmo que achem a nossa conduta insensata, perversa ou errada." Do John Mill. Pensando nessa inigualável filosofia, a história de alguém errante também. Assim armada, Carmen assegurou um acordo favorável e uma pensão alimentícia que correspondia ao valor monetário de seu trabalho doméstico. Embora ela tivesse um nível de segurança financeira, exerceu a sua autonomia com um emprego em uma companhia de seguros de saúde que lhe permitiu usar o que havia aprendido ao cuidar de seu filho inválido para ajudar famílias em situação semelhante. Por fim, retornou aos estudos para se formar em assistência social, o que a qualificaria ainda mais para ajudar essas famílias. Ainda conservava como convicções básicas as virtudes tradicionalmente femininas de empatia, de educar e cuidar dos outros, mas agora tinha uma perspectiva mais ampla para aplicá-las sem se perder nem descuidar de si mesma no processo. Sentiu, com razão, decepção e raiva no fim de seu casamento, que considerava sagrado. Mas percebeu que, embora terminar a relação não fosse uma escolha sua, o rumo de sua vida a partir de então seria. Recusou-se a alimentar as emoções despertadas por uma situação que ela não podia mudar, e, em vez disso, concentrou-se no momento presente e em como tirar o melhor proveito dele.

(...)Ao aceitar sua propensão a ser ela mesma, sabendo que era normal, parou de se sentir agredida por quem lhe dizia que era diferente e lhe pedia para mudar. Quando passou a se sentir bem consigo mesma e percebeu que seus próprios padrões e valores eram legítimos, parou de se rebelar. Com a atmosfera mais leve, pôde dizer: "Eu sou eu. Se quer me conhecer, tem de gostar do que sou, ou, pelo menos, de partes do que sou." (...) ser legal não faz uma coisa tornar-se moral, e, a propósito, ser moral não a torna legal. A legalidade inclui tudo que a lei permite ou não proíbe expressamente. A moralidade é uma idéia ainda mais antiga, antecedendo — e, supostamente, servindo como base — as leis decretadas. Nossas leis são reflexo da nossa moral, que quase sempre aproxima-se da codificação anterior da moral nas leis espirituais: as religiões organizadas. Mas legalizar algo não o torna correto. O momento importante pode ser aos trinta e cinco ou quarenta e um ou cinqüenta e sete anos — ou nunca. Para muita gente, não existe somente uma transição importante. Há muitas grandes transições ou uma série de pequenos ajustes. Mas com a expectativa de vida mais longa do que em qualquer outro período anterior na história humana e as pessoas permanecendo saudáveis e ativas cada vez até mais tarde em suas vidas, mudanças importantes estão reservadas para a maioria. Preparar-se para elas ou lidar com elas, esclarecendo a sua própria filosofia, é a chave para aproveitar ao máximo o que vier pela frente.

imagine que "Tenha sorte por estar iniciando uma fase da sua vida na qual não precise de respostas." Com tempo para refletir, será capaz de aperfeiçoar a sua própria filosofia e considerar opções coerentes com ela. Ou saber antever o que pode fazer, quando sentir o vento ao Sul favorável... Mas faça isso com serenidade, e não com ansiedade. Mais Leibniz, menos Librium. Não saber o que estamos fazendo não significa que não estamos fazendo a coisa certa; e é certo que há um tempo que estamos a caminho de encontrar respostas sem procurá-las. Os seres humanos, como a maioria dos organismos que simplesmente tentam sobreviver, têm medo do desconhecido. Esse medo pode ser útil: se não reconhece algo, não sabe se é seguro, portanto, será melhor ficar onde sabe que está seguro. É claro que também não sabe se aquilo que é desconhecido é o mais seguro. E se você não estiver seguro onde está? O instinto de sobrevivência só o leva até aí. Ser guiado por uma abordagem tão conservadora serve para mantê-lo vivo, mas não oferece nenhuma garantia de satisfação ou realização pessoal com a vida que você preserva. Talvez seja por isso que os seres humanos também pareçam desejar o desconhecido.

Por fim, do mesmo livro:
.:Que não se perca tempo tentando mudar o que não se pode mudar (o que está predeterminado), mas a trabalhar a parte que se pode influenciar. Se não estivesse tão preocupado em firmar a sua reputação de príncipe de um sujeito mau, Maquiavel poderia ter apoiado a famosa Oração da Serenidade: "Deus, dê-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso e a sabedoria para reconhecer a diferença." Nós, seres humanos, somos criaturas manipuladoras. Mas não podemos, e não precisamos, manipular o mundo inteiro. Os artistas freqüentemente têm um tipo de fé em si mesmos da qual todos poderíamos nos beneficiar, a coragem de navegar orientados por suas próprias estrelas. A resposta para "O que eu deveria estar fazendo?" geralmente surge de dentro da própria pessoa, não de fora. Responder ao chamado, seja ele qual for, acabará atraindo a oportunidade... A oportunidade não bate à sua porta apenas uma vez: bate constantemente. Mas, quase sempre, somos surdos à sua batida, ou fingimos não ouvi-la, ou temos medo de atender à porta.

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