
.:Certas pessoas são desprovidas de asas; por isso anseiam tanto por voar. Entendes o que quero dizer,
my little mad? O fato é que possivelmente, pelo não poder atingir as alturas, passam a vida querendo algo que lhes forneça a sensação de viver a cinco pés da terra. Balões, em vez de borboletas, é o que alimentam essas criaturas. Mas os balões podem sempre ser comprados, seduzidos, roubados, angariados em qualquer lugar do mundo... o que não acontece com o resto, principalmente com aquilo que espera quando um dos balões fura ou se evapora no ar. Sim, precisa-se de terra, solo-seguro, pra sustentar tais criaturas-sem-asas. Portanto, digamos que num insight entre o cappucino e o caso de outra-garrafada, na impotência de poder fazer algo pelo líqüido já derramado, deixe que os balões lhe sustentem sempre até o limite de 5 palmos de altura; e depois, mesmo dolorosamente, espete-os.

.:Sim, temos que matar certos balões que anseiam em levar para longe as criaturas-que-não-tem-asas, porque "eles não tem terra", vivem no ar. Isso é horrível demais - viver em um só ambiente para sempre - até mesmo sustentada pelos balões. Portanto, ache uma agulha, esquente-a sob fogo fortíssimo, e, como nas outras vezes, espere o momento certo para dizer adeus. Genericamente, e em sentido "lato sensu", se passar dos cinco palmos, a morte não será dos balões. Mas da criatura-sem-asas. Seria em legítima defesa da vida de uma desolada alada, que ainda não percebeu que, sem balões, consegue ir mais longe... Enquanto o instante não lhe desvenda, saiba esperar, calmamente, no ambiente seguro sob seus pés,
o momento do vôo. Antes, está proibida. Morte certa, predestinada. E mais: avisada.
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