sábado, julho 15, 2006


Life's:.

.:Há uma regra nesta nova sociedade consumista que "fazer a vida acontecer" é jamais ficar parado; nem nunca deixar a vida acontecer. Visualizam a pausa e a espera como horrores que se abatem sobre nossa vida, um intervalo que os faz pensar e revirar suas vidas de cima-para-baixo é um ciclo ruim - dói, magoa e faz crescer. Esse tal "acontecimento", imprevisto e que de repente páira em nossa alma é como Thomas Merton disse: Um não-fazer, ou uma ação inativa, um não intencionar resultados e não se preocupar com planos eitos de maneira consciente ou com tentativas deliberadamente organizadas. Wu Wei é o oposto de conquistar ou lutar conscientemente; e seria o antônimo dessa parada. Significa renunciar a necessidade de sempre manipular e estar no controle de tudo; e pescar somente os acontecimentos e minutos ao nosso redor, saboreando-os sem necessidade de respostas, apenas deixar as perguntas dentro-de-si. Nessa longa espera, nos vemos em oração, sentados no parapeito de uma janela do nosso coração, silenciosos e atentos, totalmente entregues a algo-que-comanda-tudo, muito acima de nós. E nosso rezar é diferente: parados, em silêncio, ouvimos Deus fazer isso dentro de nós. Paramos de esperar coisas caindo do céu; de imaginar nossa vida suspensa no ar. Thomas Keating colocava: A maior facanha da vida é sermos o que somos, a idéia de Deus sobre o que Ele quis que fôssemos quando nos trouxe à vida... Aceitar esse dom é aceitar a vontade de Deus para nós; e nessa aceitação encontramos o caminho do crescimento e da satisfação desejada". Aquilo que perdura nasce de uma espera. E essas coisas simplesmente nos exigem isso: esperar para receber. Como a árvore, esperamos que a seiva corra. Nesse silêncio, convivemos com dúvidas, vemos nossas partes demolidas, curamos velhas feridas e aprendemos o que é essencial para nossa nova vida. Abraçamos as dúvidas, e começamos a viver.
"Eu lhe suplico, que me ajude a ser paciente com o que não está resolvido em meu coração, e que eu consiga amar minhas próprias dúvidas como quartos trancados e como livros escritos em língua estrangeira. Que eu não procure agora as respostas, que não me podem ser dadas porque não seria capaz de vive-las já. O segredo está em viver todas as coisas; e quero viver as perguntas nesse momento. Que eu seja capaz de saber esperar. E confiar. Talvez eu possa então, gradualmente, sem perceber, viver a resposta, em algum dia, distante ou não..."*


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Uma parte meio-transformada do que li em livro do Rainer M. Rilke.*
Essencial para qualquer pessoa nessa-espera, o livro da Sue Monk Kidd, Quando O Coração Amanhece.

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