segunda-feira, junho 05, 2006


Discernimento:.

Existe um ponto na vida em que tudo que fazemos reflete diretamente nas pessoas que, por algum motivo divino, estão ligadas à gente. Mesmo quando não fazemos nada. Assim, não há escapatória: mesmo sem agir, estaremos interagindo....Não adianta fugir, mudar de direção, gerar gráficos, planilhas, já está tudo traçado. E tem ainda a máxima que eu já ouvi nesses aninhos de vida: Agora que comecei nesse novelo, não posso parar; devo ir até o final. Pra que trocar de linha? E se eu estiver errado em procurar a felicidade, quando por aqui só houver o trabalho de tricotar?

Dói na minha alma acreditar que alguém crê que é impossibilitado de escolher algo nessa vida, como se fossemos meramente robôs de série, saídos diretamente da Indústria Divina. Segundo esses matemáticos quânticos, melhor então nos inserirmos em algum lugar ermo e distante, como em algumas Ordens religiosas existentes, e passar a vida deixando-a passar por nós. Isso deve aliviar, e muito, a consciência de nossa espécie – na ocasião de nossa morte, a solução é esta resposta, para a pergunta que pode ocorrer: O que fizestes da Vida que eu proporcionei-lhe?

Os tais versados em cálculo irão dizer que imaginaram-se árvores com raízes imensas, e simplesmente permaneceram no local, mesmo sem adubo, sem utilidade, sem fim ou meio. Mesmo corrompidos ou mortos por dentro. Sim, dirão os robóticos, sentamos e ficamos esperando pelo fim. Quando vieram oportunidades, eu as vi como maldições, pois traziam mudanças. Quando houve bênçãos, me escondi, com medo de me envolver em algo que poderia trazer transtorno em minha vida linear. E quando eu conheci o amor, rapidamente me ocultei e dissimulei o máximo o encontro – dolorido, me fazia exigências e doação incondicional. Minha vida, Senhor, como vês, foi vivida esperando que tudo já estivesse feito e traçado, só faltava eu respirar. Digo que fiz isso diariamente, até agora.

Bem, segundo a tese desses grandes predadores da vida consciente e realizada, feliz e amorosa, eu irei para o fundo da terra, e estou condenada à morte. Nisso, pelo menos, há concordância: com certeza absoluta, a morte me espera, em algum momento... Quanto a trocar de novelo... Inúmeras vezes já fiz isso; inclusive desmanchei blusas inteiras, quase prontas, porque era mais interessante o projeto e criação para outro lado e direção. Mudei o prumo, alterei velas e troquei de navio; fui de rio a Oceano, e deste para um lago... e, inclusive, se meu coração e minha alma concordarem, vou até o inferno, ou fim-do-mundo. Por amor, sempre. O resto, é o caminho do guerreiro, com suas regras: Não pense desonestamente, pense no que é correto e verdadeiro. Coloque a ciência em prática, o caminho está no treinamento. Familiarize-se com todas as artes. Familiarize-se com todos os ofícios, conheça o caminho de todas as profissões. Perceba as qualidades positivas e negativas de tudo, distinguindo entre ganho e perda nas questões mundanas. Desenvolva julgamento intuitivo e compreensão de todas as coisas, aprenda a ver tudo com cuidado. Note aquelas coisas que não podem ser vistas, tomando consciência daquilo que não é obvio. Preste atenção a tudo, mesmo aparentes baboseiras, sendo cuidadoso até mesmo nas pequenas questões. Não faça nada que não tenha utilidade.

Em mim todas as aves fazem ninhos, e todos os seres procuram liberdade. Em mim descansa a paz e repousa a guerra. Tudo está em paz. Nada de momentos onde o medo e as carências, ou o domínio do ego prevaleça. Chega dessa armadilha humana, dessa manipulação feita pelos outros. Eu sou Eu, e conheço meus limites, e também minhas aspirações é no Amor que encontro a profundeza dos meus verdadeiros sentimentos; por vezes a sua intensidade faz com que haja motivos de dúvida, porém é o mundo da existência e da perda, do ter e do não-ter, do querer e do desejar e do nada haver que me leva a dizer que “assentei os pés no chão” quando percebi o quão longe fui, quando me deixaste com os olhos a arder em fogo, sem água para apagar as chamas de dor que se abateram sobre mim, no dia em que partiste. Afoguei-me em mim, para poder lhe matar por dentro.

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