quarta-feira, maio 03, 2006


Melancia:.

Sim, admito: estou lendo agora tudo que pertença a Marian Keyes. Rendo-me a sua nada exuberante literatura, mas uma arte do cotidiano expressa em folhas e mais folhas consumidas vorazmente... Comecei, lógico, por Melancia, e depois tem Sushi, Casório... faltando um ou dois pra completar o esquema. Vamos torcer para que a Petrobrás oferte mais livros de literatura agradável e nada elogiada pelos críticos para a Biblioteca Municipal de Curitiba. Mesmo depois da "pequena sova" que levou do Evo Morales. Ah, triste sina daqueles que não se precavem contra o pior, diria meu amigo de direita. Extrema. Também acho que algo falhou aqui. Porém, como já disse, não posso expressar opiniões sobre temas relevantes sem cobrar. Diogo Mainardi realmente fez meu cérebro funcionar materialisticamente falando.

Voltando ao Melancia, é adorável. No Capítulo 3 ela diz que "chegou com 3 semanas de atraso", todos aguardando o bebê, e nada de aparecer. Já ouvi falar de pessoas que chegaram atrasadas ao seu próprio enterro, mas tive a distinção incomum de chegar atrasada ao meu próprio nascimento". Isso, de alguma maneira me alivia, porque ela incomodou seus pais mais do que eu. Esperar é mais difícil. Aqui, o que houve é que eu quis nascer ou ir embora pro além desde o 3º mês. Queria, e teimosamente, queria... O que levou minha mãe a seis consagrados meses de cama, três dos quais sem poder sequer ir ao banheiro sem sangrar... Não existia ainda a técnica que hoje temos de amarrar por baixo, entendem? De repente, eu sinto que descobri que a cegonha tinha me largado no útero errado e queria ir... pra poder acertar. Ou será que sou tão preguiçosa, que inconscientemente, e ingenuamente, na melhor das boas intenções bebezais, achei que minha mãe ficaria contentérrima de ficar deitada, numa cama, por muitos meses, tendo aos seus pés todos para lhe satisfazer vontades e desejos? Bem, adianto - ela detestou a parada. Sim, eu fui o primeiro bebê, e de pronto, a gestação mais terrível, enumerada nesses mais de trinta anos de vida, umas milhões de vezes... Lembra do que fiz pela sua vida? Sim, eu lembro. Every day. Até lendo esse livro chamado melancia. Caso de psicologia, psicoterapia, psiquiatria? Podem deixar, vou cursar até o final a faculdade de Psicologia, serei Maior que Jung, demonstrarei mais teses do que Lacan, enumerarei mais bobagens do que Eric Fromm e Berne... e depois... editarei uma série do tipo Harry Potter e a auto-ajuda mágica, pra poder ficar milionária, e viver em paz. Confio na solidariedade humana em comprar todos os exemplares, e fazer filas enormes a cada lançamento... mesmo que eu jamais tenha comprado o volume dois dessa coleção. Infelizmente, meu querido anjinho prefere assistir os livros. Pensarei na probabilidade de muitos anjos assim, e venderei os direitos autorais da minha saga do Harry psicólogo-mago, pra não deixar nenhuma criança exasperada por ter que ler...

Bem, isso tudo porque hoje, na Biblioteca, eu pegando e devolvendo livros, ao lado uma moça, que cursa letras na PUC, dizendo: Droga de professor, por que será que ele foi me dar essa nojeira de livro pra ler? Detestei. Abominei. Sim, sou intrometida, dei uma olhada pro lado, Dalton Trevisan, A polaquinha. Olhei para a moça, e disse: Sabe, o Paraná não tem fama de ser criadouro de escritores, mas os únicos conhecidos e reconhecidos talvez achem que devessemos ler. Ela me respondeu: Não me diga que esse cara aqui escreveu mais alguma coisa? Tive que lhe confessar que ele era autor, sim, de muitas obras. E ela deveria pelo menos tentar ler alguma obra que explicasse sua obra, porque odiá-lo, em Curitiba, era Morte Certa e Súbita... Quer dizer, zero na prova. Qual é o nome do seu professor, gracinha?

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