quinta-feira, abril 13, 2006


Only You:.


Esta é a história de um homem a quem eu definiria como um pesquisador. Um pesquisador é alguém que busca; não necessáriamente alguém que encontra. Tão pouco é alguém que, necessáriamente, saiba o que anda a buscar. è simplesmente alguém para quem a vida é uma busca. Um dia, o pesquisador sentiu qeu devia ir até á cidade de Kamir.tinha aprendido a respeitar rigorosamente aquelas sensações que vinham de um lugardesconhecido de si mesmo. Por isso deixou tudo e partiu. Depois de dois dias de marcha pelos caminhos empoeirados, avistou, ao longe, Kamir. Um pouco antes de chegar à povoação, chamou-lhe vivamente a atenção uma colina à direita da azinhaga. Estava atapetada de um verde maravilhoso e tinha uma grande quantidade de árvores, pássaros e flores encantadores. Estava inteiramente rodeada por um pequeno muro de madeira brilhante. Uma portazinha de bronze convidava-o a entrar. Sentiu logo que o povoado lhe fugia da memória e sucumbiu à tentação de descansar por um momento naquele lugar. O pesquisador ultrapassou o portal e começou a caminhar lentamente por entre as pedras brancas que estavam dispostas ao acaso por entre as árvores. Deixou que os seus olhos se pousassem como borboletas em cada pormenor daquele paraíso multicolor. Os seus olhos eram os de um pesquisador e foi talvez por isso que descobriu aquela inscrição sobre uma das pedras: Abdul Tareg, viveu 8 anos, 5 meses, duas semanas e 3 dias

Ficou um pouco surpreendido ao dar-se conta de que aquela pedra não era simplesmente uma pedra: era uma lápide. Sentiu pena ao pensar que um menino de tão tenra idade estava enterrado naquele lugar. Olhando á sua volta, o homem deu-se conta que a pedra ao lado também tinha uma inscrição. Aprximou-se para a ler. Dizia: Yamir Kalib, viveu 5 anos, 8 meses e 3 semanas.

O pesquisador sentiu-se terrivelmente comovido. Aquele lindo lugar era um cemitério e cada pedra era uma campa. Começou a ler as lápides uma por uma. Todas tinham inscrições semelhante: um nome e o tempo exato de vida do morto. Mas o que o enleou de espanto foi comprovar que aquele que tinha vivido mais tempo mal ultrapassava os onze anos...Paralizado por uma dor terrível, sentou-se e pôs-se a chorar. O encarregado do cemitério passava por ali e aproximou-se. Observou-o a chorar durante algum tempo em silêncio e perguntou-lhe logo a seguir se chorava por algum familiar. - Não, não é por nenhum familiar- disse o pesquisador. - Que se passa nesta povoação? Que coisa horrível acontece nesta cidade? Porque é que há tantas crianças enterradas neste lugar? qual é a maldição horrível que pesa sobre estas pessoas, que as obrigou a construir um cemitério de crianças?

O ancião sorriu e disse: "- O senhor pode tranquilizar-se. Não existe uma tal maldição. O que acontece é que temos um costume antigo. Vou contar: Quando um jovem completa quinze anos, os seus pais oferecem-lhe um livrete como este que tenho aqui, para que o pendure ao pescoço. è tradição entre nós que, a partir deste momento, de cada vez que alguém desfrute de alguma coisa, abra o livrete e anote nele: À esquerda, o que foi desfrutado. À direita, quanto tempo durou o prazer. Conheceu a sua noiva e enamorou-se dela. Quanto tempo durou essa paixão enorme e o prazer de a conhecer? Uma semana? Duas? Três semanas e meia...? E depois, a emoção do pirmeiro beijo...Quanto durou? O minuto e meio do beijo? Dois dias? Uma semana? E a gestação e o nascimento do primeiro filho...? E as bodas dos amigos? E a viagem mais desejada? E o encontro com o irmão que regressa de um país longinquo? Quanto tempo durou o disfrutar dessas situações? Horas? Dias? Assim vamos anotando no livrete cada momento que desfrutamos...Cada momento. Quando alguém morre, é nosso costume abrir o seu livrete e somar o tempo em que sentiu prazer para o escrever sobre a sua campa. Porque é esse quanto a nós o único e verdadeiro TEMPO VIVIDO.


[contos para pensar" de Jorge Bukay]


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É incrível
Nada desvia o destino
Hoje tudo faz sentido
E ainda há tanto a aprender
E a vida tão generosa comigo
Veio de amigo a amigo
Me apresentar a você
Paralisa com seu olhar
Monalisa
Seu quase rir ilumina
Tudo ao redor, minha vida.
Ai de mim me conduza.
Junto a você ou me usa
Pro seu prazer, me fascina.
Deusa com ar de menina...
Não se prenda
A sentimentos antigos
Tudo que se foi vivido
Me preparou pra você
Não se ofenda
Com meus amores de antes
Todos tornaram-se pontes
Pra que eu chegasse a você
Paralisa com seu olhar
Monalisa...
Seu quase rir ilumina
Tudo ao redor minha vida
Ai de mim me conduza.
Junto a você ou me usa
Pro seu prazer, me fascina.
Deusa com ar de menina.
Jorge Vercilo, Monalisa

Só por agora, me deixa ter o nome de "Monalisa", ser a sua Monalisa, pra poder ouvir você... bem pertinho... Tudo o que peço e "quero agora é sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre... E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto... Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim. Sem Ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento... Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades, as pessoas... Que a vida é dela sim, e que a vida é bela sim, E que eu sempre dei o melhor de mim ...E que vale a Pena!" **

Esse amor, meio mágico...Exatamente como nos contos de fadas, aquelas histórias lindas que minha avó me contava quando criança e que eu já havia esquecido...Mas meu amor faz questão de me fazer recordar...que seja infinito...É, realmente a vida me ensinou que somente o tempo é capaz de resolver tudo, descortinar tudo... "Tudo tem seu tempo debaixo do sol" e isso inclui mentiras e traições...e também recomeços. Destrancando portas. Derrubando grades. Abrindo janelas...Achei que tivesse perdido as chaves de tudo isso...Talvez não estivessem tão enterradas quanto pensei, ou talvez alguém tenha réplicas de todas as chaves para todas as portas, grades e janelas de todas as almas...Não apenas da minha... Será que devo colocar novas fechaduras? Eu tranco as portas para todas as mentiras... mas a verdade também está lá fora. Eu tranco a porta para todos os gritos... O silêncio também esta trancado. Eu pulo as janelas, eu me tranco em você para permitir que as portas em mim permaneçam abertas. Mesmo que agora eu ande plainando devagar, porque suas asas estão quebradas... daqui há um tempo nós poderemos voar, voar bem alto e sentir o vento no rosto, sentir a liberdade e a sensação de que nada poderá nos interromper ou deter, nada poderá nos impedir de conhecer novos céus, novos mundos, passear pelas nuvens sentindo a maravilhosa sensação do novo...da plenitude... explorar novos caminhos. Tudo o que precisamos para renascer é um amor novo.

"Não, o melhor é não falar, não explicar coisa alguma. Tudo agora está suspenso. E sabe Deus o que é que desencadeia as catástrofes, o que é que derruba um castelo de cartas! Não se sabe... Umas vezes passa uma avalanche e não morre uma mosca...Outras vezes senta uma mosca e desaba uma cidade."***

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**Mario Quintana
***Mário Quintana

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"Quem pode dizer para onde a estrada vai, para onde o dia flui? Somente o tempo... E quem pode dizer se o seu amor se desenvolverá da forma como seu coração escolheu? Somente o tempo...Quem pode dizer por quê seu coração suspira, conforme seu amor vai embora rapidamente? Somente o tempo...E quem pode dizer por quê seu coração chora quando seu amor morre? Somente o tempo... Quem pode dizer quando as estradas se encontram? Aquele amor talvez esteja em seu coração...e quem pode dizer quando o dia adormece,se a noite possui todo o seu coração? A noite possui todo o seu coração... Quem pode dizer se o seu amor se desenvolverá da forma como seu coração escolheu? Somente o tempo...E quem pode dizer para onde a estrada vai, para onde o dia flui? Somente o tempo...Quem sabe? Somente o tempo...Quem sabe? Somente o tempo...* Como Olavo Bilac escreveu: "Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e entender estrelas". "Pois "O encontro de duas personalidades é como o contacto de duas substâncias químicas: se houver reacção, as duas serão transformadas..." [Jung]

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*Tradução livre de "Only Time - Enya"

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