domingo, março 12, 2006


Clássica e eterna:.

Neste Universo de Dragões Ardentes e Medrosos, Fadas Amorosas e destemidas... são demais os perigos dessa vida para quem tem paixão. Principalmente quando a lua chega de repente, e nos encontra à meia altura do chão, nos convidando a mergulhar fundo nessa paixão, apostando alto neste Amor. O mais importante nesse Estado de Enlevo é sempre lembrar de Gil e sua música: "O seu amor/Ame-o e deixe-o/Livre para amar/Livre para amar/ Livre para amar/O seu amor/ Ame-o e deixe-o/ Ir aonde quiser/ Ir aonde quiser/ Ir aonde quiser... orque quanto mais você quer uma coisa, mais deve deixá-la livre. É a tal lei do sabonete - uma espécie de Lei de Murphy adaptada: se você for todo afobado para segurá-lo a qualquer custo, provavelmente seu amor vai escorregar, e escoar pelo ralo. Onde, não lembro, li que existe três tipos de amor - aquele mesclado com amizade; o que vem disfarçado de desejo, e por último, o que conjuga os dois primeiros. Para amar com paixão e amizade, é necessário saber cavalgar touro indomável. Porque o sentimento não é controlado, e você se envolve em um labirinto, onde nem Ariadne fornece fios. Dali só sai iniciado por Diana, e o que é mais difícil: com uma escolha que pode mudar sua história. Amar é isso, um rio caudaloso, à nossa espera períodos de calmaria com tempestades e noites escuras. Quem desiste no meio? Quem agüenta permanecer algum tempo no fundo? Quem fica até o final?

Amor é, antes de tudo, paciência. Mas com certeza, uma história de amor foi tecida. Com fios de ouro. Talvez não por Penélope, já que a Fada das Águas Profundas não gosta de Espera. Adoraria aqui iniciar o encontro de almas que se reencontram. De libélulas que se encontram. Contudo, essa história não é minha. Apenas repica alto, em tom maior, a que me pertence. E esta sim, eu posso contar. E que se acenda a lareira, preparem os olhos, porque ainda não sou resumida. E os detalhes, ah, os detalhes na minha história de Amor fazem toda a diferença! Atinem-se, e aliem Bonassi a tudo por aqui, pois quem sabe, como ele, "Eu minta. Minta sobre o passado, sobre o presente e o futuro. As mentiras saem de mim de forma tão natural, que se incorporam à minha vida com o peso de experiências. Filmes que não vi, lugares que não visitei, mulheres que não tive, presentes que não ganhei, sofrimentos que não passei. Minto assim... sem nenhum charme. Diria mesmo que, vez por outra, os acontecimentos são mais interessantes que as mentiras que coloco no lugar. Minto pra cacete. Minto inutilmente. Minto de me envergonhar. Agora mesmo... eu nem sei se estou falando a verdade".

Estou cheia de recordações, minhas e algumas emprestadas. O amor pode ser descoberto pela mão do homem? O que quero escrever, e às vezes pode parecer obscuro, é que muitas vezes amamos aquilo que nos convem. Amamos aquilo que queremos. Amamos aquilo que é necessário no momento. Por querer sentir a raiz firme de tudo, abandonamos barcos no mar, nos recolhendo a praia, em segurança. Isso pode nos trazer momentos alegres; mas um grande vazio. Sempre vai faltar a exaltação perturbadora, a felicidade insuportável, o amor incondicional. Por precaução nos privamos de Amar. Por medo de sofrer, nos agarramos às pessoas que não são destinadas a nós; porém, com certeza, são opção Nossa. Abafar o que o coração sente traz prazer pra muita gente. Optaram e escolheram pela serenidade, pela calma de um sentimento inventado. "Escolhem o caminho que nada pode acontecer". Deixam de viver, para poderem sobreviver. "Normalmente as pessoas associam a carência como fraqueza a ser combatida. Não acredito. Não há nada de errado em admitir que se é carente. A carência difere em muito da dependência. Ela sim é um sinal de fraqueza. Não há nada mais repugnante do que uma pessoa que procura um companheiro para dar sentido a sua vida. Entendo que a pessoa deva ter a sua independência, ou seja: Primeiro ela deve se sentir feliz consigo mesma. Deve se sentir feliz estando sozinho. Somente após conseguir estar feliz, ela pode procurar alguém para compartilhar essa felicidade... A pessoa precisa saber conviver bem com a solidão para poder se sentir bem consigo. Admitir que se é carente, admitir que deseja estar ao lado de alguém ao invés de optar por ficadas e relacionamentos sem sentido, é antes de mais nada, um ato de bravura, um ato de coragem, um ato de gente forte. Mais forte ainda é não se sucumbir a esta carência e não se de desesperar por estar com alguém, se sujeitando a estar com pessoas erradas, a perder qualquer tipo de amor próprio."

Confesso que eu quase desisti desse sonho de Amar e estar ao lado de um Amor. Porque geralmente Amor machuca, dói, nos deixa inseguras, faz um turbilhão de nós dentro da gente. Por que eu não posso me contentar com um sentimento inventado? Não posso fingir que amo, como quase todo mundo que eu conheço faz? Olhar para o lado, racionalizar e começar a namorar. Sem pensar em Amor, mas na carência, no buraco que há de se tapar. Uma vontade de largar o bordado de Penélope, e arriscar-se com um dos pretendentes, mandando Odisseus às favas, junto com suas sereias, em algum lugar bem fundo, no Mar. Cruzar o portão sem tchau, e só chorar depois da esquina. Porque tenho quase a certeza de que Meu Amor não está valendo Nada, mesmo com toda devoção do Meu Sentimento. E de quem seria a culpa, se acaso eu abandonasse o "amor" e fosse em busca de Paz? Da paixão que não tem limites, e é fenômeno desconhecido e reinventado todos os dias? Do acaso, que se mete em qualquer ocasião? Ou dos deuses, que fornecem pistas para todas as lições, mas não dão o gabarito?

Alguns dias eu levanto com uma imensa vontade de cantar: Você vai pagar é dobrado, cada lágrima rolada nesse meu penar... Aí me dá uma inveja desta gente, que vai em frente nem sem ter com quem contar. O meu amor, tem um jeito manso que é só seu. E que me deixa louca quando me beija a boca, minha pele toda fica arrepiada, e me beija com calma e fundo até a minha alma se sentir beijada. Se eu só lhe fizesse o bem, talvez fosse um vício a mais e você me teria desprezo por fim. E tenho cá pra mim que a gente é obrigado a ser feliz, por se amar tanto assim. Amar é paciência. Espera. Encontro. Na verdade, o amor é bastante violento. Nos arrebata e nos força a transpor limites, enfrentar "desconhecidos", alterar rotações... As vezes é tao doloroso e devastador; porque vem destruindo tudo, como um ciclone... arrancando todas as flores do seu jardim. Nao há nada pior. Ah, ontem eu vi que há sim: a rotina e o muro. Porque se arrancou, eu planto tudinho de novo: o jardim é meu, e as flores sempre crescem... e tudo volta! Mas imaginem a mesma coisa sempre, sem sonhos, expectativas, sem enlevo, sem lágrimas, sem alegrias para se agarrar, sem aqueles momentos (podem ser poucos) que nós sorrimos verdadeiramente, iluminando todo nosso ser.... Hoje, prefiro chorar um caminhão de lágrimas, correr riscos, enfrentar a vida... do que permanecer em cima do muro, olhando tudo sem pretensao de alterar nada... Só o medo ao meu lado. A ausencia dos altos e baixo é insuportável; e nao olhar para trás é muito difícil. O segredo é nao relembrar com muita frequencia. Levar no coraçao apenas os bons momentos, e deixar os maus para trás. PERDOAR... Recomeçar. Porque amar vale a pena. Sempre.

Poderia dizer que tudo começou com um desenho. Mas não foi bem assim. Olhando através do tempo, não consigo achar o início, o fio que deu origem a esta história. Talvez seja melhor começar com era uma vez... Uma menininha. Resolveu embrenhar-se na floresta virtual, ainda que advertida por seus companheiros da brutalidade desse mundo. Começou a ansiar por correr com lobos, e uivar pra lua. E certa manhã, deparou-se com um lobo, que sonhava em desenhar-se Touro. Viu a tristeza em seus olhos. Enxugou suas lágrimas pelos sonhos perdidos. Ousou pegar em sua mão, pra acalentá-lo em seu colo. Em sua pureza e ingenuidade, o amor podia tudo, inclusive reconstruir o coração do lobo-touro, que encontrava-se despedaçado. No mundo de rosas vaidosas em que vivia, a menininha descobriu um sentido para seu caminho: o coração daquele lobo ela não queria mais ver chorar. Como posso explicar a relação inicial? Quem sabe não foi o encontro da raposa, ensinando o que é amor àquela menina, que vivia sem nunca tocar profundamente em nada? Nesta história, a única coisa que crescia era o sentimento. A tal ponto, que passava-se o tempo, e mesmo incomunicável, eu sentia. Sua presença, embaixo da minha. Será que quando tocamos nossa Alma, elas jamais se desprendem de nós? O destino não aceita barganhas. E a luta contra ele só o faz atiçar. Porque tudo o que eu fiz pra permanecer em minha redoma de vidro, terminaram por atirá-la longe... " As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"

Uma vez que chegamos até o ponto de não mais nos vermos, e de fecharmos as portas ao que fomos, agora tudo que nos resta é seguir em frente e pisar no chão. Esquecer que a alma grita para não deixar de sentir, e sentir é tudo que não podemos mais... Mas, mesmo com esta decisão, sinto que o amor vai estar em nós: quieto; escondido; cansado; lento e quase morto; mas de alguma forma respirando e esperando ser reencontrado. Reavivado.Tempestade que despenca sob mim, assim sou eu andando sob seu gelo, mas não significa que eu esteja caída. Haverá sempre o meu coração que bate e luta em meio ao que se ficou para trás... E não é porque choro que significa que desisti de ser feliz. Espanto a solidão com tapas e socos no ar e com as mãos erguidas aos céus continuo a ver que ainda há tempo para acabar com as magoas que existem entre nós.Andar pelo meio do fogo sem se queimar, uma missão inglória a quem não pode evitar amar . Isso significa ter que saber lidar com as queimaduras que vão arder na carne e assombrar a alma. E de alguma forma sobreviver a isso é estar livre do não-viver... Ainda que eu acabe sozinha, no final, algo foi sentido e vivido. Tudo se foi e ficou para trás e nós estamos diante do tentar de novo... esperando que o tempo volte aos dias em que havia esse amor divido por dois. Nem esse anjo triste pode nos ajudar, nos devolvendo o amor que deixamos de sentir e que ficou perdido no vazio. Quem sabe numa outra vida, num outro mundo, em outro momento? Assim devemos nos afastar da beirada do abismo antes que algo nos desequilibre e nos faça cair...

Novamente nos braços um do outro.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial