sábado, janeiro 28, 2006


A tragédia do Titanic.

A internet criou uma nova maneira de ser infiel: começa com mensagens, evolui para confidências, logo entra no reino das fantasias sexuais. Quando menos se espera, o marido ou a mulher já estão teclando sem parar com um desconhecido. Mesmo que nunca se transfira para a vida real, a traição machuca do mesmo jeito. Essa é a introdução do tema "Traição Virtual", da Revista Veja. A traição não é apenas o contato físico, mas também, e de forma tão ou mais insuportável para o traído, a miríade de detalhes que apontam para a intimidade emocional: o sentimento de cumplicidade, a deliciosa excitação de esperar pelo chamado do outro, as confidências sobre segredos e fantasias, o prazer de ir para a cama pensando que amanhã tem mais. Começa com a troca de mensagens eletrônicas, o envolvimento vai crescendo, estabelece-se um vínculo íntimo. Tem todos os ingredientes de um caso extraconjugal, mas, na maioria das vezes, o contato físico pode nem ocorrer. Evidentemente, não é a internet que estraga os relacionamentos. Mas que potencializa o dano, potencializa.

Admito que "para alguém se relacionar comigo" terá que me fornecer todas as senhas que possuir. Não, não adentrarei em nenhum espaço sagrado, mas quero as chaves de todo paraíso fechado. Porque algum dia, de repente, a intuição bate... Eu não aceito continuar um relacionamento com alguém que "tecla" com outras a ponto de manter altas intimidades. Perdoar, eu perdôo, caridade cristã. O incidente, infelizmente, faz o barco do amor afundar.

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