quarta-feira, outubro 19, 2005


Lingüística:.

Terminando a petição, dois advogados se deparam com a dúvida: enfarte ou infarto? O dicionário diz que ambas são iguais, a ciência diz que não. O termo infarto já existia na língua portuguesa muito antes de enfarte, constando dos dicionários de Domingos Vieira e de Correia de Lacerda. Somente a partir de 1881, com a publicação do dicionário de caldas Aulete começa a aparecer a forma enfarte com o mesmo sentido de infarto. Infarto vem do latim infarctus e não de fartar ou enfartar, como entendem alguns autores. Dentre os léxicos brasileiros, um dos poucos que define corretamente enfarte e infarto é o de Silveira Bueno. "ENFARTE - s.m. Engorgitamento, repleção excessiva" Também Ingurgitamento; inchação, o mesmo que enfartação e enfartamento; (Med.) divulgou-se amplamente essa designação para mencionar a necrose em conseqüência de supressão da circulação de um território vascular, que mais propriamente se deverá dizer infarto. INFARTO - s.m.. Área necrosada de um tecido por falta de circulação". (Med.) Área hemorrágica ou necrótica por falta de circulação. Embora o Vocabulário da Academia Brasileira de Letras consigne somente enfarte, é de se adotar para este sentido exclusivamente a forma infarto, que corresponde exatamente ao quadro histopatológico que se quer designar, ao passo que enfarte significa ingurgitamento, inchação".

Foram horas para consolidar o fehcamento de um trabalho, por uma palavra. Às vezes o perfeccionismo só atrapalha... Uma ligação para o médico nos garantiu que pelo menos o erro não seria nosso.

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O diálogo do cacique Marcos Terena com Edgar Morin (2002) serve de exemplo para a nossa reflexão:"O criador fez uma coisa maravilhosa, que é podermos olhar a lua nascer. Sabemos que o homem branco decifrou este código e no calendário está escrito: dia tal lua nova, lua crescente, lua cheia. Mas o criador não permitiu que descobríssemos quando vamos morrer. E a morte faz parte vida. Este criador deu aos índios o entendimento para descobrir isso e preparar a qualidade de vida.

Uma lenda indígena conta que as pessoas sentem tudo com as solas dos pés,porém o homem passou a usar sapatos e perdeu essa sensibilidade. É importante que nos seja permitido andar "descalços", deixando-nos sentir verdadeiramente a vida, propiciando o aprendizado na natureza, com a natureza, com o coração, com o amor, com o outro, com o nosso planeta. Andar descalço, porém, faz com que surjam cortes na pele, que saia sangue, que apareçam bolhas, entretanto isso tudo encoraja, faz ver o que era invisível, faz sentir o cheiro nunca antes sentido, faz ouvir o inaudível, faz sentir
na mão o que se tinha medo, faz surgir o amor nas coisas em que ele antes estava escondido. No maior caô, o efeito borboleta é algo marcante. Oxalá suas asas provoquem ondas de amor e paixão, e que atinjam seres como eu, sem coração, momentaneamente. E que os deuses me perdoem, diante de tanta "discrepância", mas toda hora é momento de rir... até de si mesma. Principalmente quando a Lua chega de repente, e nos faz lembrar de alguém, de um fato distante, de uma vontade adormecida... Hora de Imaginar, pra poder realizar. Capitão do meu Mar, tanta vontade de descarregar em seu porto minhas dúvidas...

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