sexta-feira, outubro 28, 2005


Absurdos Surreais:.

Da questão do civilizado e politicamente correto. Homens nunca vêem quem ou o que você é. Vêem apenas um reflexo de sua própria percepção. Meu marido, depois de sete meses de casados, chegou em casa e disse, calmamente que sentia muito, mas estava apaixonado por outra. Achava que seria melhor, para todas as partes envolvidas, se ele saísse de casa naquela noite mesmo e nos divorciássemos logo. No dia seguinte entrei com a ação de divórcio, e cada um ficou com o que era seu. Foi uma separação muito civilizada".

Do direito de agir como Medéia. Canalha. Que se foda a honestidade. Eu o esfolaria vivo, pouco mais de seis meses de casamento e ele se apaixona por outra? Mal esperou pela troca de lençóis nupciais! Se quer saber minha opinião, divórcios civilizados são o motivo pelo qual tantos casamentos acabam. Eu prefiro uma boa briga, gritos, louça quebrada, Medéia em ação. Se eu amasse alguém o bastante para jurar que seria parte de sua vida - para sempre, e esta pessoa me chutasse o rabo, pode ter certeza de que o faria pagar em sangue e carne por me abandonar. Não necessariamente "ipsis litteris". Questão de convivência amistosa entre a fada e a bruxa que moram dentro de mim.

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Concordando com a opinião da Dra. Maria Cátia Bortolini, geneticista da UFRG. O homem tem um cromossomo inteiro diferente, ele nunca vai ser igual a uma mulher. "Não é pecado imaginar habilidades cognitivas diferentes, mas o politicamente correto chegou a um ponto em que temos de fingir que a diferença não existe, temos de negá-la. É um absurdo surreal. (...)Não interessa o número de neurônios, mas sim as conexões que se façam com esses neurônios. Ao longo da trajetória evolutiva, a seleção favoreceu os homens mais aptos a caçar com determinadas habilidades, do mesmo modo, as mulheres desenvolveram outras habilidades porque eram coletoras e dedicadas ao cuidado com a prole. Concluir que, por não ter a mesma visão espacial do homem, a mulher não possa executar determinada função é uma bobagem." Há a diferença. Mas querer hierarquizar habilidades é tolice. Se bem que eu prefira um homem à moda antiga, que pense em ser a cabeça do casal, enquanto eu pescoço.

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Da imensa felicidade em ser apenas e esquecer a história do politcamente correto. Rubem Alves coloca: "Existe uma perturbação psicológica ainda não identificada como doença, que aparece num tipo a que dei o nome de alegrinho. O alegrinho é aquela pessoa que está, o tempo todo, esbanjando alegria, dizendo coisas engraçadas e querendo que os outros riam. Ele é um flagelo. Perto dele, ninguém tem a liberdade de estar triste. Perto dele todo mundo precisa estar alegre. Ele não consegue estar triste, o alegrinho não consegue ouvir a beleza dos noturnos de Chopin, nem sentir as sutilezas da poesia de Sophia de Mello Breyner, nem gozar o silêncio do crepúsculo. Porque ele está sempre alegrinho, ele não consegue sentir compaixão. Compaixão é sentir a tristeza de um Outro. Como o próprio Fernando pessoa escreveu: Ah! a imensa felicidade de não precisar estar alegre..."

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Minha alma se alimenta de coisas que não existem. Meu coração se enche da certeza que você vive. Mesmo que você distante, a tristeza do rosto faz melhor meu coração. E assim, alma e coração andam juntos, voando baixo.

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