sexta-feira, setembro 02, 2005


Releitura:.

Nelson rodrigues estava absolutamente certo quando falou: "Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos." Peguei a lista dos dez escritores finalistas de tal prêmio (Telecom?); nenhum jamais havia me atraido, e de alguns nunca ouvi sequer crítica. O único que me trouxe novidade (porque como há gente tentando imitar narrativa de outros), foi Cristóvão Tezza. Da Rocco, nascido em SC, morador de Curitiba. Permitam-se conhece-lo: Vale a Pena! Pra mim, digno do primeiro lugar neste concurso. Dele, esse trecho abaixo.

Penélope
(...)Cheguei à solidão através de três mulheres. Só na primeira houve paixão. Nas outras, um ceticismo prático. Enquanto isso me iludia: cinema, jogo, praia, viagens de fim-de-semana. Também isso se perdeu. Ao fim (nem tanto: quarenta anos), restei numa exaustão conformada, fitando a parede branca, asas tortas se debatendo em silêncio. Mas a capacidade de ficar sozinho alimentou minha soberba: a sensação de liberdade, a ilusão da escolha.

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