sexta-feira, setembro 23, 2005


Jardim do diabo:.

"Eu tenho a fome de entender tudo. De olhar bem no olho injetado do Mundo e me entender também. Mas só o que fica desse esforço disparato é um certo enfaro literário, e um cerebro entulhado. Às vezes tenho a impressão de quando sacudoa cabeça posso ouvir a quinquilharia solta lá dentro. Lixo que se acumula dos revezes da vida. O admirável disto tudo é que presa em algum lugar está sua imagem - congelada naquele instante onde lhe pedi pra te deixar minha vida, e você não aceitou. Daquele dia guardo seu sorriso irônico, suas palavras e seu olhar... Misterioso, uma espécie de interrogação palpitante, pois seu amor estava ali, esparramado em cada canto de seu olhar; e a sua resposta me conduzia para longe. Foi com você que sonhei esta noite. Novamente. Uma lacuna nele: será que queria dizer que o reencontro estava mais próximo do que eu imaginava? Esta certeza desoladora de imediato me angustiou - sempre achei que nunca se perdia coisa alguma, e você só me condenou a reunir todos os seus catorze pedaços esparsos, para que nosso amor renasça das cinzas, e possamos retomá-lo, como está escrito. Perdoa-me por te incomodar; "divindade insaciável da guerra", mas eu tenho conhecimento da falta que me assola, Uma vez mais te vejo feroz, imundo, triste, estilhaçando-se aos poucos. Aos poucos você ia desaparecendo, sempre me chamando, como um devaneio profético, dizendo "você me compreende, agora? não se deve dizer nada duro. Eu vou te ajudar".

Melusina depois do grito. É assim que me sinto agora. Para sempre, sua.

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