domingo, setembro 18, 2005


Equívoco:.

Comecei a ler 'Adeus às armas', do Ernest. Dizia, segundo a capa e o prefácio, que era a história mais bela de amor que havia sido escrita. Frederic e Catherine eram o sonho de todos os amantes, e os diálogos ficariam na mente, forever. Terminei, e me sinto enganada. Engodo, fraude, pantomima. Que coisa mais gosmenta a tal de Catherine, sem personalidade, louca e doida, querendo a todo momento se tornar a outra pessoa, e justificando que era isso o Amor. Controlava-o dizendo: "mas eu não sou uma boa esposa?" Ah, tão perfeita, que só não vomitei ao final, porque seria eu a ter que limpar a sujeira. E o Frederic? Argh, homem indiferente a tudo - nada amava, nada adorava, nada lhe provocava paixão. E o amor que sentia para mais imposição e carência, diante de tal horror no presente. Merece ser lido; mas defenestrado pela janela, em razão de seu conceito de amor.

Quanto a tentativa de passar da vigésima página de Ulysses, de Joyce, novamente naufraga. Compartilho da mesma opinião de Jung: "Ulysses é o retrato torrencial do vazio absoluto, aqui tudo acontece, mas sem acontecer. A torrente começa no nada, e termina no nada. Cada frase contém uma expectativa, que jamais se concretiza. A pessoa lê, lê, lê, e, apesar de achar que está compreendendo tudo, sente que tudo foge do seu alcance. Por fim, resignado, o leitor nem espera mais nada". Perdão, Joyce, mas você é o Oceano para mim - impossível de atravessar a nado.

O que me resta agora é terminar a Coisa julgada, e o trabalho. Nada de protelar mais; é inútil persistir em busca de algo que sabe o que é, mas está dificil de reencontrar.

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