sábado, agosto 06, 2005


Love Story:.

Deste filme, o que ficou na minha memória foram muitas lágrimas derramadas, uma patinação no gelo (coisa que adoraria ter praticado a vida inteira), e a cena onde ele faz alguma besteira, encontra sua mulher na escada e pede perdão. E ela diz que Amar é jamais ter que pedir perdão. Eu sempre concordei com isso. Desculpas pra que, se quando a gente ama incondicionalmente, são os gestos que dizem tudo? Não quero ficar ouvindo Eu te amo em letras garrafais e não ter carinho e cuidado. Quero o sentimento exposto no dia-a-dia, no beijo e abraço, no aconchego, na cumplicidade, na preocupação. Quero saber o que vai fazer, quando vai, a que horas chega. Não por controle, apenas para participar de sua vida. Não para deferir ou indeferir planos, porém para também fazer parte deles. Essa coisa de palavras e atos diversos, e desconfiança do que eu falo são coisas que eu abomino. E não tem perdão, esquecimento, não há nada que faça o tempo voltar pra apagar o buraco que certamente fica. E se num dado momento, eu jogar o mesmo jogo? Quero te ver calçando as mesmas sandálias, e andando de salto. E descobrir Porque não saber é horrível. Ficar sabendo por meio de email é lástima pura; e sem antecedência é crueldade. Se eu sumir, um dia qualquer, e reaparecer após com sorriso nos lábios dizendo que estava lá, sem comunicação, ficará tudo bem? Terá momento pra cara fechada? Pra você, tem algum problema ir aonde se quer, sem nem tchau ou pista definida?

Sei que a perfeição irrita, e não é isso que quero. Como Julio Cortazar dizia, "E era tão natural cruzar a rua, subir os degraus da ponte,entrar em sua delgada cintura e acercar-me à Maga que sorria sem surpresa, convencida como eu de que um encontro casual era o menos casual em nossas vidas, e que as pessoas que marcam encontros precisos são as mesmas que necessitam papel pautado para escreverem-se ou que apertam desde baixo o tubo de pasta de dente." Quero nosso amor desencontrado e quente, denso e forte. Mas não aceito displicências, descuidado, desafinação em tempo recorde. Passa o tempo, e... Eu não sei, não sei. Não mesmo. Sei somente o quanto me conheço. Sei o quanto aguento. Não sei mais se quero acreditar ou apenas relevar, não sei o que pensar sobre isso tudo, não sei se quero alguém displicente comigo. Não sei como ir embora, não sei qual é o caminho mais fácil, não sei qual é o caminho certo. Não quero voltar a usar jogos e cinismo, não queria usar de violência nesses tempos de todos querendo paz. Mas minha vontade é dar um murro bem dado em algum lugar, mandar tudo pro inferno (pra não escrever palavrões piores) e deixar essa sensação de perda e mágoa parar de me apoquentar. Porque o que eu também sei é que não quero conversa-fiada, desculpa -esfarrapada, não quero mais me machucar. Não gosto de períodos de silêncio. De espera, e agonia, de não-saber-o-que-foi. Talvez eu embarque pra Curitiba, se mande pra Santa Catarina, amanheça no Mato Grosso, e tudo pode ser dolorido, porém destino e hora-certa, quero do teu lado cconfio no teu amor, Que meu caminho seja o teu caminho, e que saiba que te amo, e que procuro dar-te a liberdade necessária para que continues do-teu-jeito-meigo. Farei tudo que estiver ao meu alcance para que jamais te sintas incomodado com a minha presença à tua volta: porém eu respeito o limite daquilo que aceito. E sinto. Há mulheres que se pintam de caulim na Costa do Marfim, Para o deus louvar. Eu também me pinto para o luar, em mim, a prata derramar. Oh! Musa da inspiração! Caia sobre mim este céu sem fim. *

Rita Ribeiro, Há Mulheres.

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