segunda-feira, agosto 29, 2005


Colorido de mim:.

Quando, nem sei, lembro que tinha sonhos. De uma vida azul, plena e feliz. Não sei o que houve, qual foi o momento em que embaralhei tudo, e o que resultou foi um colorido. Não só azul, mas cores de tudo quanto podem se as nuances. Às vezes, de soslaio, olho e vejo harmonia; na maioria das vezes, diante de um olhar direto e firme, o que imagino é que em algum lugar da estrada eu me perdi, e tomei um atalho feio. Porque eu sei que, em sã consciência, jamais ousaria pintar com certas cores, nem misturar certos tipos de tons. O resultado disso é o que ocorre quando se passa a ouvir e seguir o que o coração manda. Do que resultará de tudo isso eu não sei, imagino apenas: mas se o destino é feito um pouco por mim, tenho certeza que preciso de ajuda. Não posso crer que sou tão ruim numa arte final assim; mas uma mão apoiando o cavalete melhoraria as linhas internas. Onde será que eu estou, quando acredito em palavras sussurradas, tão belas, pra mim? Em qual canto guardo aquela beatriz-mala, tão reticente e observadora, perspicaz e prática, que evita meandros, com medo de se afogar? Tarde demais. Outra vez, a mesmice ocorre - era uma vez... Tem que haver tempo pra eu poder lapidar as bordas, antes de me pendurar na parede, distante de mim, oculta de todos. Por que é tão díficil acreditar que é possível ser feliz como a gente quer e quis?

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