quarta-feira, agosto 10, 2005


CatDown:.

quero comer alguém

...melancólia, triste, menos otimista (se que é fui um dia), deixada para trás, como aquela saga idiota de livros. Muito puta da vida, brava e chateada. Como se os moinhos que pontuam o horizonte fossem efetivamente gigantes, fortes, imensos, com o peso e a força do tempo. E eu apenas a personificação de um cavaleiro andante, condenada seguramente à derrota, vivendo de anseios, desejos, de sonhos, virtualidades, matéria intangível, carregando comigo todos os dias o meu fiel escudeiro que, com o seu ventre proeminente, me ancora ao solo. O meu sonho e a vida, caminhando no mesmo ritmo - em montadas desiguais. Não sei já de que se alimenta a minha história, a minha alma, qual a matéria dos meus sonhos. A minha lança não tem brilho pela falta de uso, o cavalo perde a agilidade. Os sonhos cada vez voam mais baixo, sobre si próprios, como se estivessem reféns de fitas de cetim atadas graciosamente nas patas. O que quero eu, que procuro, que anseio? Que dama intangível de D. Quixote rege a minha procura? Terão os sonhos já perdido as cores? Serão as interrogações verdadeiras perguntas ou apenas uma forma de transformar gigantes em moinhos e em gigantes novamente?

Perdi até as palavras, e tive que garimpá-las em Portugal. Porque eu [pra seguramente aqueles que me conhecem} não conseguiria expressar a dor desse modo, tão voraz. Peguei emprestada umas linhas ali e acolá, pra poder dizer o quão gata vazia estou. Oca. “Os cavaleiros andantes pertencem a época de lendas e os sonhos ficaram aprisionados nas grades do tempo.”Os meus sonhos, são tão voadores, e mesmo sem asas, ainda experimentam voar e quebrar a cara, em quedas memoráveis, que certamente farão parte do tempo das lendas de "Samara e Dhyanna". O problema que rola por aqui devia corroer Fernando Pessoa também, por seus versos "Tenho tanto sentimento, Que é freqüente persuadir-me De que sou sentimental, Mas reconheço, ao medir-me, Que tudo isso é pensamento, Que não senti afinal." Queria falar contigo, Palova. Queria, afinal. Porque agora estou bem 'brava' contigo: eu ligo toda noite, e esqueço que aí no sítio tudo acaba uma hora antes. Ou seria ao contrário? Bem, o que sei é que acabo falando com sua clone, mas não é a mesma coisa, já que os pés dela são pregados no chão. Preciso de asas, querida. Preciso logo. Se você não me ligar antes deste dia findar - pode ser neste horário de interior seu - o seu baile se transformará nissoprincesa-sapo Porque já imagino tudo: o vestido lindo ficando apertado, os cabelos caindo antes da chegada na festa, a bebida sendo derramada no sapato novo, e... Sapo Mesmo! E sobre Ele, tudo que me corrói aqui é este pedaço de poema: É surreal falar o teu nome, Chamar por quem some, Sonhar contigo em noite insone. É surreal sussurrar no teu ouvido, Palavras sem sentido. E depois sentir saudade. Surreal, Palova, é saber que meu Anjo da Guarda e Amor cortou minhas asas sem dó, e anestesia.

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