A Irmandade da Boa Morte
Nascida nas senzalas há cerca de 150 anos, a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte tinha o intuito de alforriar negros ou dar-lhes fuga encaminhando-os para o Quilombo do Malaquias, em Terra Vermelha, zona rural da cidade de Cachoeira. Com a abolição da escravidão, as irmãs aproximaram-se da Igreja, surgindo assim a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte. A historiografia dessas notáveis mulheres cachoeiranas continua a desafiar a inteligência de jovens pesquisadores. Seus rituais secretos ligados ao culto dos orixás também estão a requerer leitura etnográfica que respeite, naturalmente, os limites à manutenção dos segredos, tão importantes na manutenção dessa vertente religiosa. O que tem ressaltado é o aspecto externo do culto referido quase todo ao simbolismo católico e a sua apropriação afro-brasileira. Durante o começo do mês de agosto, uma longa programação pública atrai a Cachoeira gente de todos os lugares, no que se considera o mais representativo documento vivo da religiosidade brasileira, barroca, íbero-africana.
Há mais ou menos 230 anos esta festa acontece em agosto, mês que as integrantes da Irmandade dedicam-se totalmente à Maria, mãe de Jesus. Em geral todas ficam na sede e, mesmo as casadas, não podem manter contatos sexuais com seus maridos durante todo o mês de agosto. A festa representa a morte, a sentinela, o enterro e a assunção de Nossa Senhora aos céus. São inegáveis os sinais islâmicos da religiosidade da Irmandade da Boa Morte. A começar pela burca (bioco). No Oriente, celebrava-se a Dormição ou Assunção de Maria desde o fim do século 2. Ou seja, o ícone da “dormição” de Maria é ortodoxo. Para alguns, a devoção iniciou-se em Salvador, no começo do século 19, por negras jejes, para louvar Nossa Senhora da Boa Morte e da Glória, levantar fundos para comprar cartas de alforria para os negros, proteger e encaminhar negros fugitivos. Os sinais de alguma origem/ligação francesa da Irmandade, podem ser encontrados no bordado richelieu da bata branca e na saia plissada que, segundo as Irmãs, é a roupa original delas. A data de 15 de agosto, que fica no período das festividades, foi definida pelo rei Luís XIII (1601-1643) como o dia da Festa Nacional da França, país consagrado à Nossa Senhora, quando o rei fez um apelo para que naquela data, em cada paróquia, fosse realizada uma procissão em memória de Nossa Senhora.
Há mais ou menos 230 anos esta festa acontece em agosto, mês que as integrantes da Irmandade dedicam-se totalmente à Maria, mãe de Jesus. Em geral todas ficam na sede e, mesmo as casadas, não podem manter contatos sexuais com seus maridos durante todo o mês de agosto. A festa representa a morte, a sentinela, o enterro e a assunção de Nossa Senhora aos céus. São inegáveis os sinais islâmicos da religiosidade da Irmandade da Boa Morte. A começar pela burca (bioco). No Oriente, celebrava-se a Dormição ou Assunção de Maria desde o fim do século 2. Ou seja, o ícone da “dormição” de Maria é ortodoxo. Para alguns, a devoção iniciou-se em Salvador, no começo do século 19, por negras jejes, para louvar Nossa Senhora da Boa Morte e da Glória, levantar fundos para comprar cartas de alforria para os negros, proteger e encaminhar negros fugitivos. Os sinais de alguma origem/ligação francesa da Irmandade, podem ser encontrados no bordado richelieu da bata branca e na saia plissada que, segundo as Irmãs, é a roupa original delas. A data de 15 de agosto, que fica no período das festividades, foi definida pelo rei Luís XIII (1601-1643) como o dia da Festa Nacional da França, país consagrado à Nossa Senhora, quando o rei fez um apelo para que naquela data, em cada paróquia, fosse realizada uma procissão em memória de Nossa Senhora.
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