terça-feira, junho 14, 2005


O Reverso:.

do que eu preciso.
Gosto, mas gosto muito de:

* CORA CORALINA - Ana Lins de Guimarães Peixoto Bretas nasceu no estado de Goiás (Goiás Velho) em 1889. Chamada Aninha da Ponte da Lapa, tinha apenas instrução primária, sendo doceira de profissão. Publicou seu primeiro livro aos 75 anos, e ficou famosa principalmente quando suas obras chegaram até as mãos de Carlos Drummond de Andrade, quando ela tinha quase 90 anos de idade. Faleceu em 1985, 10 de abril.

Não sei...
se a vida é curta...
Não sei...
Não sei...
se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.

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*MARIO QUINTANA, nascido em Alegrete, em 30 de julho de 1906.
"O mundo, às vezes, fica-me tão insignificativo / Como um filme que houvesse perdido de repente o som./ Vejo homens, mulheres: peixes abrindo e fechando a boca num aquário. / Ou multidões: macacos pula-pulando nas arquibancadas dos estádios.../ Mas o mais triste é essa tristeza toda colorida dos carnavais/ Como a maquilagem das velhas prostitutas fazendo trottoir./ Às vezes eu penso que já fui um dia um rei, imóvel no seu palanque,/ Obrigado a ficar olhando/ Intermináveis desfiles, torneios, procissões, tudo isso.../ Oh! Decididamente o meu reino não é deste mundo!
Nem do outro...


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*OSCAR WILDE, irlandês.
"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

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