quarta-feira, junho 08, 2005


Beshet:.

"Sempre quis um amor que falasse,
que soubesse o que sentisse.
Sempre quis um amor que elaborasse.
Que quando dormisse,
ressonasse confiança no sopro do sono,
e trouxesse beijo no clarão da amanhecice.

Sempre quis um amor que coubesse no que me disse.
Sempre quis uma meninice,
entre menino e senhor, uma cachorrice,
onde tanto pudesse a sem-vergonhice do macho,
quanto a sabedoria do sabedor.
Sempre quis um amor cujo BOM DIA! morasse na eternidade
de encadear os tempos: passado, presente, futuro,
coisa da mesma embocadura; sabor da mesma golada.
Sempre quis um amor de goleadas, cuja rede complexa,
do pano de fundo dos seres, não assustasse.
Sempre quis um amor que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.
Sempre quis um amor que não se chateasse
diante das diferenças.

Agora, diante da encomenda,
metade de mim rasga, afoita, o embrulho,
e a outra metade é o futuro de saber o segredo, que enrola o laço.
É observar o desenho do invólucro e compará-lo,
com a calma da alma, o seu conteúdo.

Contudo, sempre quis um amor,
que me coubesse futuro,
e me alternasse em menina e adulto.
Que ora eu fosse o fácil, o sério,
e ora um doce mistério.
Que ora eu fosse medo-asneira,
e ora eu fosse brincadeira,
ultra-sonografia do furor.
Sempre quis um amor, que
sem "tensa-corrida-de" ocorresse.
Sempre quis um amor que acontecesse sem esforço,
sem medo da inspiração por ele acabar.
Sempre quis um amor de abafar,
(não o caso); mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente nas nossas mãos.
Sem senãos.
Sempre quis um amor com definição,
de quero sem o "lero-lero" da falsa sedução.

Eu sempre disse não a constituição dos séculos,
que diz que o "garantido" amor é a sua negação.
Sempre quis um amor que gozasse, e que,
pouco antes de chegar a esse céu, se anunciasse.
Sempre quis um amor que vivesse a felicidade,
sem reclamar dela ou disso.
Sempre quis um amor não omisso;
e que suas estórias me contasse.
Ah, eu sempre quis um amor que eu amasse.
E me amasse...'"
Elisa Lucinda

Aí VOCÊ apareceu.
E é tudo isso e mais um pouco.
Eu te Amo Muito!

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