domingo, maio 29, 2005


Para Sempre, Cinderela

O Lobo Mau que costuma andar pela minha floresta encantada ousou me sussurrar que "não há nada para sempre", o amor não existe. O que há - e isso é sua teoria!; são uma série de pequenos amores, travestidos em muitas mulheres. Quando uma bate a porta, já logo se instala por ali outra, devotando também amor a seus pés. Por acepção da essência da história, ele - o animal bruto, não ama a pessoa, mas ama o amor que vem de qualquer ser que lhe devote algo. Antes, e com tal zelo, porque adora se sentir Amado, ama enfurecer multidões com sentimentos desvairados. Mas permanece sempre à parte - como se, para se proteger, depois que teve seu navio surrupiado por alguém em quem tanto confiou e cegamente amou, precisasse ficar a deriva, sobrevivendo... Suas palavras não me deixam dúvidas, somos os dois diferentes e com caminhos distantes. O meu sonho de "amor pra vida inteira" é muito real para botar pra fora. Pra sair, e começar a dar ouvidos a fera-medrosa que pode morar dentro de mim, ou virar eterna solitária, em carta-de-vinhos experimentando amores. Eu sei que existe - porque já vi na TV, em livros, e na vida real. E uma parte de mim outrora já viveu, em alguma vida - senão não carregava (aqui, dentro de mim) tão forte impressão. Mesmo não sendo teimosa, com sonhos e desejos eu sou instransigente. Pra não dizer depois que "não aproveitei", e esqueci de comer os morangos com chantilli, pela ausência de esperança em plantar e colher tal fruta fora da estação. Ainda acredito nas flores, e no cachorro de olhos negros (azeviche, como na poesia). Ilustrando, "por favor, afaste essa tentação de viver à penumbra, sem nunca sofrer... eu da vida quero sabor e mistérios".

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