terça-feira, maio 24, 2005


Mudar para Renovar.

silêncio

Nada me lembra mais mudanças do que Frida Kahlo. Uma tempestade de almas, atravessando meu olhar, e adentrando profundamente no âmago de mim. Daí que hoje revendo algumas de suas telas me lembrei de um momento de minha vida.

Eu me lembro uma vez ter perdido o chão - e continuado a andar. Como se fosse há séculos, uma noite encontrei alguém, que instantaneamente se transformou em uma profundidade imensa. Naquele momento, ele estava passando por turbulências, e sua vida estava 'decolando', há mil... Havia um caldeirão de suculentas frutas para ele saborear, e eu já estava retornando da cozinha. E foi depois de um encontro que durou semanas, que nos separamos. Eu não olhei para trás, e sequer ouvi suas argumentações muito tempo depois. Ele se saciou - fartamente, e após, quis o que nunca mais iria ter...

Não houve muito tempo entre nós, mas foi um dos períodos mais dolorosos de minha vida. Perdi completamente de vista meu caminho; emudeci, pois simples palavras me faziam chorar. Mesmo assim, continuei saindo, curtindo e "não deixei que jamais alguém por ventura imaginasse o tamanho de minha dor. Era tanta, e tão imensa, tão incrompeendida por mim, que não conseguiria explicá-la...

Neste episódio de dor, não perdi minha autoestima, vaidade, ou deixei de me amar. Também não deixei de viver: sempre fui muito orgulhosa, uma leonina feroz. Confesso, porém, que em muitas tardes, eu me sentia tão mergulhada em uma maré de lágrimas, todas no recôndido de mim, que me ausentava só para poder soltá-las ao Oceano além... Não houve mudança, nem renovação - só uma tristeza incomensurável, que ficou ensimesmada e carrego-a até hoje, sem saber o porquê.

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