domingo, maio 01, 2005


Contraponto...

"Sabendo que a sua insistência importuna conseguiria apenas aborrece-lo, e fazer que ele a amasse ainda menos... amava-o muitissimo, e estava torturada pelo ciúmes. As palavras lhe escapavam, a despeito dos princípios. teria sido melhor que ela tivesse menos princípios, que desse aos seus sentimentos a expressão violenta que eles exigiam. Mas havia sido educada na prática do mais estrito autodomínio. Só as pessoas sem edução fazem cenas..."

- Tu me amas? Não podes ficar comigo?
À vista daquelas lágrimas, ao som daquela voz trêmula e cheia de censura, foi invadido por uma emoção que era ao mesmo tempo, remorso e ressentimento; ódio e piedade, vergonha. E teve vontade de dizer se ela não que as coisas já não eram como eram antes, e pra falar a verdade, nunca chegaram a ser o que acreditava que fosse. Queria lhe pedir para não lhe envolver em amor, não impingir o amor à força. Se ela soubesse que coisa terrível é o amor para quem não quer amar... gostava de sentir afeição e se pertencer. tinha pena dela; queria-lhe bem, apesar de tudo. Mas sua infelicidade redundava-lhe em uma chantagem.

O amor nunca o é como num romance. Ali as jovens são perfeitas, não há soluços, bebedeiras, mau hálito, fadiga ou tédio. Nem lembranças súbitas de contas à pagar. Nada disso há para interromper os arrebatamentos. Admirar à distância e teoricamente era uma coisa. Mas na prática e de perto? Abarrotado das lucubrações de filósofos e místicos, amar era trocar idéias, comunhão espiritual e camaradagem.

Devemos ser leais para com os nossos sentimentos, gostos e instintos. Para que serve uma filosofia cuja premissa maior'não é a expressão racional de nossos sentimentos? Se nunca tivemos um acesso de fervor religioso, é loucura crer em Deus. Da mesma maneira que será loucura crer na excelência das ostras, se não as podemos comer sem sentir náuseas.

O amor deve justificar-se por seus resultados na intimidade do espírito, e do corpo. No calor, no contato terno, no prazer.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

olá, ana :)
me diz uma coisa, só pra matar minha curiosidade gritante (aaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhh!): como é que vc chegou no meu blog?
gostaria de ter mais tempo de ler o teu e retribuir a visita decentemente, mas meu tempo no cyber tá acabando, não tenho pc em casa e lá na facul não temos acesso a blogs. que bodega!! rs*
quando puder volto aqui com mais calma.
abraços!
taty :)

12:54 AM  

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