sexta-feira, setembro 21, 2007


SILÊNCIO

Senta aqui, entre as árvores, e escuta o vento, mais emotivo do que nossas palavras, que nada e tudo sempre significam. Meus cabelos soltos, suas mãos penteando-os displicentemente, oceano inteiro que te represento. Pode deixar os modos e a sociedade para trás, quero ver você 'sorrisos', inteiro e importante nesse mundo verde construído por ti. Acredito em tudo que pedir, não quero lições, nada chique ou muito belo. Espero o vapor que exala das páginas que folheias, quero sua mão esquerda que segura minha fotografia, o mundo já é tão extravagante, por que acrescentar mais azáfama emocional? Fecha os olhos, meu mar, pois quando te envolvo, somos simples mortais. Quando te abraço, tudo se torna sem horizontes, brincamos de partilhar a respiração, abrimos a fortaleza secreta do nosso eu, nosso abrigo uma rede aquecida de beijos. Olha aqui, pois aquilo que os olhos tocam, a memória acaricia. Nossas mãos insistindo em voltar para onde já estiveram, nossos olhos ansiando pousar naquilo que tanto se detiveram. Jogar não é correr riscos, é naufragar. No oceano de lembranças do qual nos banhamos. A maneira como acaricio e adoro suas coisas com os olhos. Nossa vontade de nos deixar levar, sem pressa de ir. Nossa paixão é pela vida ardente, quando tudo já foi dito e feito, só o que falta é percorrer o caminho, nossas vidas com o desenho traçado. Não precisa falar, silêncio. Nenhum de nós conseguiria dizer o quanto ansiamos em sentir o sabor da boca do outro, o toque da carícia do outro, o cheiro do corpo do outro, o calor da paixão do outro. A isso chamam encontro, nós chamamos Ponto de Parada. Foi onde ficamos. Nosso coração é um museu, repleto de galerias preservadas com momentos, as mãos à espera daquilo que nossos olhos anseiam. Que besa sus pies, que besa su mão... Cruza seu limite, me faz chegar...

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Silencio consentido(,,)

4:31 PM  
Blogger Ana disse...

Quando li isso, lembrei do processo onde constava "Silêncio Concedido" como nome de um dos réus. Pensei que alguém era suficientemente maluco pra colocar no filho tal frase. Aí a vida segue, e eu descobri que, na verdade, silêncio concedido porque o réu havia morrido. Silêncio Concedido para não "constar mais o nome do Réu". Na vida, o silêncio torna mais pungente tudo. Inclusive o Amor.

4:00 AM  

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